Mundo

EUA cogitam apresentar novas acusações contra Julian Assange

Segundo jornais, o fundador do Wikileaks pode ser acusado por seu envolvimento no roubo das informações confidenciais publicadas em 2010

Assange: a investigação contra Assange data de 2010, quando o Wikileaks publicou 470.000 relatórios das guerras de Iraque e Afeganistão (Carl Court/Getty Images)

Assange: a investigação contra Assange data de 2010, quando o Wikileaks publicou 470.000 relatórios das guerras de Iraque e Afeganistão (Carl Court/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 20 de abril de 2017 às 22h36.

Washington - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos cogita apresentar acusações contra o fundador do Wikileaks, o australiano Julian Assange, por seu envolvimento em diversos roubos de informação confidencial, segundo revelaram nesta quinta-feira alguns veículos de comunicação americanos.

A investigação contra Assange data de 2010, quando o Wikileaks publicou 470.000 relatórios das guerras de Iraque e Afeganistão, 250.000 telegramas do Departamento de Estado e outros documentos confidenciais que representaram um revés para a diplomacia americana.

O Departamento de Justiça abriu mão então da possibilidade de apresentar acusações contra Assange por considerar que a publicação de documentos confidenciais é uma prática habitual nos meios de comunicação e que o australiano se acolheria à Primeira Emenda da Constituição dos EUA, que protege a liberdade de imprensa.

No entanto, a emissora "CNN" e o jornal "The Washington Post" revelaram hoje que os procuradores americanos têm agora uma visão diferente sobre o caso, já que consideram que o papel do Wikileaks não foi só o de publicar documentos, senão que também participou em seu roubo.

O jornal de Washington imputa essa mudança à publicação em março de milhares de documentos que descreveram um suposto programa secreto de espionagem da Agência Central de Inteligência (CIA) destinado a penetrar, por meio de um sofisticado software, em smartphones e computadores conectados à internet.

O WikiLeaks afirmou que seus documentos revelam como a CIA tinha conseguido evitar os protocolos de segurança de uma amplia categoria de empresas e produtos de Europa e Estados Unidos, como o iPhone, os telefones Android e até televisores da Samsung, que supostamente podem ser transformados em microfones encobertos.

A "CNN", por sua vez, remonta ao vazamento em 2013 de um programa de espionagem de amplo alcance nacional e internacional protagonizado pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional (NSA), Edward Snowden.

Segundo a emissora americana, o Wikileaks teria colaborado com Snowden no roubo de informação.

Um advogado de Assange, Barry J. Pollack, disse ao "Washington Post" que não tem informação alguma sobre a possível imputação de acusações contra seu cliente e que não há fundamentos legais para isso, já que o australiano é apenas "um editor".

Consultado pela Agência Efe, um porta-voz do Departamento de Justiça evitou fazer comentários a respeito.

Assange está refugiado na embaixada do Equador em Londres desde que a Suécia ordenou em 2012 sua detenção por um caso de estupro que o fundador de Wikileaks nega.

Sua permanência na embaixada perigou pela possibilidade de uma mudança de governo no Equador, mas o ganhador das últimas eleições, Lenín Moreno, garantiu que o australiano pode continuar no edifício diplomático.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Julian AssangeWikiLeaks

Mais de Mundo

Como a província chinesa de Fujian resolveu problemas de produção escassa de alimentos

Comunidade empresarial chinesa faz apelo aos EUA para cancelarem medidas de tarifas sobre produtos

Netanyahu nega propostas para governo civil palestino em Gaza

EUA afirma que China 'não pode ter' Rússia e Ocidente simultaneamente

Mais na Exame