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EUA: alta do desemprego alerta para realidade econômica

Os 18 mil empregos criados em junho foram 28% inferiores ao número de maio e quatro vezes menores do que o esperado por analistas

Obama: Câmara pediu maiores cortes de gastos e melhora no emprego (Photo by Joe Raedle/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2011 às 20h07.

Washington - Os dados oficiais sobre o emprego publicados nesta sexta-feira nos Estados Unidos constituem um alerta para a amplitude da desacelerção da maior economia mundial.

A economia americana criou apenas 18.000 empregos líquidos em junho, segundo o Departamento de Trabalho, 28% a menos que em maio e quase quatro vezes menos que o esperado pelos analistas.

As contratações mantiveram-se em ponto morto pelo segundo mês consecutivo: sua média mensal em maio e junho (21.500) é um décimo do registrado nos três meses anteriores.

A taxa oficial de desemprego manteve o aumento iniciado em abril, situando-se em 9,2%, seu nível mais alto desde o início do ano, apesar de a população ativa também ter baixado.

O relatório oficial sobre emprego é amplamente considerado como o melhor indicador da vitalidade da economia americana. Desta vez, teve o efeito de um balde de água fria, depois das expectativas impulsionadas na quinta-feira pelos dados publicados pela ADP sobre o emprego no setor privado.

Os analistas expressaram sua decepção, qualificando as cifras de "frágeis, de qualquer ponto de vista", "terríveis", "horríveis" e inclusive "abomináveis".

Enquanto o setor público, sob pressão orçamentária, suprimia empregos pelo nono mês consecutivo, o setor privado, centro das atenções, criou apenas 57.000 postos de trabalho, 22% a menos que em maio, quando os analistas esperavam 110.000, e a ADP previa 157.000.


"Onde estão os empregos?", questionou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, que aproveitou a ocasião para reiterar seu chamado a suprimir gastos públicos, que na sua opinião causam mais mal do que bem para a economia.

"Temos ainda muito caminho a percorrer", reconheceu o presidente Barack Obama, e lembrou que "mais de 2 milhões de empregos" foram criados pelo setor privado em 16 meses.

Alguns analistas continuam prevendo uma aceleração das contratações no segundo semestre, mas Harm Bandholz, do banco italiano Unicredit, indicou que sua estimativa de que a economia americana criaria "em média 200.000 empregos mensais este ano" está "agora questionada".

Calcula-se que são necessários 150.000 empregos líquidos mensais para reduzir o desemprego nos Estados Unidos.

Mas a má notícia sobre o emprego agrega-se a outra sobre salários, que baixaram em termos nominais: a redução do poder de compra acentuou-se, quando a economia necessitaria de mais contratações e aumentos salariais para se reativar graças ao consumo das famílias.

Evocando as difíceis negociações orçamentárias em curso entre democratas e republicanos, Nigel Gault, economista do gabinete IHS, estima que se necessita "seguramente um plano de redução do déficit de longo prazo", mas que "a economia de nenhuma forma necessita de austeridade atualmente".

Segundo o analista, se vierem mais "más notícias como esta", o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá considerar medidas adicionais de reativação, depois de todos os planos controversos que já colocou em prática.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, deverá informar suas intenções a esse respeito em audiências diante do Congresso na próxima quarta e quinta-feira.

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Washington - Os dados oficiais sobre o emprego publicados nesta sexta-feira nos Estados Unidos constituem um alerta para a amplitude da desacelerção da maior economia mundial.

A economia americana criou apenas 18.000 empregos líquidos em junho, segundo o Departamento de Trabalho, 28% a menos que em maio e quase quatro vezes menos que o esperado pelos analistas.

As contratações mantiveram-se em ponto morto pelo segundo mês consecutivo: sua média mensal em maio e junho (21.500) é um décimo do registrado nos três meses anteriores.

A taxa oficial de desemprego manteve o aumento iniciado em abril, situando-se em 9,2%, seu nível mais alto desde o início do ano, apesar de a população ativa também ter baixado.

O relatório oficial sobre emprego é amplamente considerado como o melhor indicador da vitalidade da economia americana. Desta vez, teve o efeito de um balde de água fria, depois das expectativas impulsionadas na quinta-feira pelos dados publicados pela ADP sobre o emprego no setor privado.

Os analistas expressaram sua decepção, qualificando as cifras de "frágeis, de qualquer ponto de vista", "terríveis", "horríveis" e inclusive "abomináveis".

Enquanto o setor público, sob pressão orçamentária, suprimia empregos pelo nono mês consecutivo, o setor privado, centro das atenções, criou apenas 57.000 postos de trabalho, 22% a menos que em maio, quando os analistas esperavam 110.000, e a ADP previa 157.000.


"Onde estão os empregos?", questionou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, que aproveitou a ocasião para reiterar seu chamado a suprimir gastos públicos, que na sua opinião causam mais mal do que bem para a economia.

"Temos ainda muito caminho a percorrer", reconheceu o presidente Barack Obama, e lembrou que "mais de 2 milhões de empregos" foram criados pelo setor privado em 16 meses.

Alguns analistas continuam prevendo uma aceleração das contratações no segundo semestre, mas Harm Bandholz, do banco italiano Unicredit, indicou que sua estimativa de que a economia americana criaria "em média 200.000 empregos mensais este ano" está "agora questionada".

Calcula-se que são necessários 150.000 empregos líquidos mensais para reduzir o desemprego nos Estados Unidos.

Mas a má notícia sobre o emprego agrega-se a outra sobre salários, que baixaram em termos nominais: a redução do poder de compra acentuou-se, quando a economia necessitaria de mais contratações e aumentos salariais para se reativar graças ao consumo das famílias.

Evocando as difíceis negociações orçamentárias em curso entre democratas e republicanos, Nigel Gault, economista do gabinete IHS, estima que se necessita "seguramente um plano de redução do déficit de longo prazo", mas que "a economia de nenhuma forma necessita de austeridade atualmente".

Segundo o analista, se vierem mais "más notícias como esta", o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderá considerar medidas adicionais de reativação, depois de todos os planos controversos que já colocou em prática.

O presidente do Fed, Ben Bernanke, deverá informar suas intenções a esse respeito em audiências diante do Congresso na próxima quarta e quinta-feira.

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