EUA aliviam embargo de armas contra Vietnã
EUA aliviaram parcialmente a proibição para auxiliar o país a melhorar a sua segurança marítima
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2014 às 18h25.
Washington - Os Estados Unidos aliviaram parcialmente nesta quinta-feira a proibição de longa data às vendas de armas letais ao Vietnã para auxiliar o país a melhorar a sua segurança marítima, uma guinada histórica que acontece quase 40 anos depois da Guerra do Vietnã.
"O Departamento de Estado tomou as medidas necessárias para permitir a transferência futura de artigos de defesa relacionados com segurança marítima para o Vietnã", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, em entrevista.
Autoridades do Departamento de Estado falaram, em entrevista separada, que as vendas de quaisquer tipos de armas seriam avaliadas caso a caso conforme as demandas do Vietnã.
Elas disseram que o foco seria auxiliar o Vietnã a patrulhar e se defender no mar do Sul da China, mas que as vendas poderiam incluir sistemas aéreos assim como navios.
As autoridades se negaram a nomear qualquer sistema de armamento específico cuja venda estaria sendo considerada.
"Este é um primeiro passo muito importante que vai garantir cooperação futura", disse uma das autoridades. "O que essa revisão do embargo nos permite fazer é fornecer ao Vietnã a capacidade de se defender no contexto da sua presença no mar do Sul da China."
As autoridades disseram que a decisão acompanha o progresso feito pelo Vietnã em direitos humanos, incluindo a libertação de seis presos políticos e a concessão de anistia a outros cinco.
Mas condicionaram um alívio maior no embargo a um progresso adicional do Vietnã na questão de direitos humanos.
Elas acrescentaram que não esperam nenhuma forte reação da China, já que o foco estaria no fornecimento de sistemas defensivos ao Vietnã. "Não é uma movimentação contrária à China", disse um dos funcionários.
A decisão de reduzir o peso do embargo segue uma reconstrução gradual dos laços entre os EUA e o Vietnã nas últimas duas décadas, que foi acelerada com uma série de reuniões diplomáticas e militares nos últimos meses.
Executivos do setor industrial norte-americano veem o Vietnã como um mercado promissor para os seus produtos devido ao reequilíbrio estratégico militar dos EUA para a região da Ásia-Pacífico.