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EUA acusa o Irã de ataque contra petroleiro e promete resposta apropriada

O petroleiro "Mercer Street" foi atacado com um drone na quinta-feira no norte do Oceano Índico, em uma operação que matou dois membros de sua tripulação

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AFP

Publicado em 1 de agosto de 2021 às 19h37.

Os Estados Unidos acusaram, neste domingo (1), o Irã pelo ataque letal contra um petroleiro dirigido por um magnata israelense na costa de Omã, algo que Teerã nega.

"Depois de revisar as informações disponíveis, estamos convencidos de que o Irã realizou este ataque", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, em um comunicado.

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O petroleiro "Mercer Street" foi atacado com um drone na quinta-feira no norte do Oceano Índico, em uma operação que matou dois membros de sua tripulação, um britânico, funcionário da empresa de segurança Ambrey, e um tripulante romeno, segundo a operadora do navio, a Zodiac Maritime, empresa internacional com sede em Londres e propriedade do empresário Eyal Ofer.

"Estamos trabalhando com nossos parceiros para considerar nossos próximos passos e consultar governos dentro e fora da região sobre uma resposta apropriada", acrescentou Blinken.

Reino Unido também informou no domingo que acredita que o Irã deliberadamente realizou o ataque em "uma clara violação do direito internacional".

O Irã negou seu envolvimento nesta ação. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, disse que Israel "deve parar com essas acusações sem fundamento".
"O Irã não hesitará por um momento em defender seus interesses e segurança nacional", disse ele em coletiva de imprensa.

O grupo britânico Dryad Global, especializado em segurança marítima, referiu-se ao ataque ao petroleiro como "represálias da guerra nas sombras" entre Irã e Israel.

O mar de Omã está localizado entre o Irã e Omã e ali está o estratégico Estreito de Ormuz, por onde transita grande parte do petróleo mundial e onde está presente uma coalizão liderada pelos Estados Unidos.

Irã e Israel são duas das grandes potências do Oriente Médio e estão direta ou indiretamente em conflito na Síria, no Líbano e na Faixa de Gaza.

No epicentro de sua disputa atual está a questão do programa nuclear iraniano, segundo analistas.

Israel afirma ter "provas" do envolvimento do Irã em ataque a petroleiro

Israel garantiu que tem "provas" sobre o envolvimento do Irã no ataque mortal, na costa de Omã, contra um petroleiro administrado por um magnata israelense.

"Acabo de saber que o Irã tenta, covardemente, fugir de sua responsabilidade nesta questão, que nega qualquer envolvimento. Mas posso afirmar com absoluta certeza que o Irã realizou este ataque ao navio (...). Tenho provas disso", disse o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett durante uma reunião semanal de seu governo.

"Esperamos que a comunidade internacional explique claramente ao governo iraniano que está cometendo um erro grave. Em qualquer caso, sabemos como enviar uma mensagem ao Irã da nossa maneira", acrescentou Bennett, sem mais detalhes.

O ministro das Relações Exteriores de Israel, Yair Lapid, já havia acusado a República Islâmica de "exportar terrorismo, destruição e instabilidade que prejudicam o mundo inteiro".

O ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, também afirmou neste domingo que o ataque "deliberado" foi "executado pelo Irã". Raab exigiu que as autoridades iranianas "cessem imediatamente as ações que colocam em risco a paz e a segurança regional e internacional".

"Guerra nas sombras"

No entanto, a República Islâmica negou qualquer envolvimento nesses eventos. "O regime sionista [Israel] deve cessar essas acusações infundadas", disse o porta-voz da diplomacia iraniana, Saeed Khatibzadeh, durante uma entrevista coletiva em Teerã.

"O Irã não hesitará por um momento em defender [...] seus interesses e a segurança nacional", acrescentou.

O "Mercer Street", com bandeira japonesa, navegava sem carga de Dar es Salaam, na Tanzânia, para Fujaira, cidade costeira dos Emirados Árabes Unidos, informou a Zodiac.

O grupo britânico Dryad Global, especializado em segurança marítima, referiu-se ao ataque ao petroleiro como "represália da guerra nas sombras" entre Irã e Israel.

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