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Estudo aponta retrocesso da democracia na América Latina

Fraqueza institucional e o fim de um "boom" econômico, fez com que desenvolvimento democrático na América Latina retrocedesse, diz estudo

Esplanada em Brasília: estudo destaca que 11 dos 18 países analisados apresentaram uma piora em seus registros (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2013 às 13h14.

Berlim - A fraqueza institucional e o fim de um "boom" econômico, que não reduziu as desigualdades sociais, fez com que o desenvolvimento democrático na América Latina retrocedesse levemente este ano, segundo relatório divulgado nesta terça-feira na Alemanha.

Esta é a principal conclusão da 12ª edição do Índice de Desenvolvimento Democrático (IDD-Lat) - feito pela fundação Konrad Adenauer (KAS) e pela empresa de consultoria argentina Polilat - que destaca que 11 dos 18 países analisados apresentaram uma piora em seus registros.

O estudo considera que "o aumento da classe média", "o aumento da renda per capita" e o "descenso da pobreza", que proporcionaram "as excelentes condições econômicas internacionais para o desenvolvimento latino-americano" entre 2003 e 2008, foram desperdiçados em termos democráticos.

"Longe de constituir um equilíbrio que aquiete as reivindicações sociais", os lucros econômicos "aumentam tensões derivadas da desigualdade de renda", segundo o relatório da KAS, relacionado à governista União Democrata-Cristã Alemã (CDU).

Os resultados da pesquisa criticam o fato de "a região não conseguir reverter uma de seus falhas estruturais: a desigualdade na distribuição da riqueza".

Neste sentido, a KAS lembrou que "centenas de milhares" de brasileiros foram às ruas "protestar contra a corrupção e os excessos dos políticos" e "a insatisfação crescente em Argentina, Chile e outros países".

Além disso, o documento considera que os riscos tradicionais da região persistem. "O aumento da violência por parte do crime organizado", "a fraqueza dos mecanismos de controle institucionalizados da democracia " e o "messianismo político como fenômeno de liderança".

O ranking geral do IDD-Lat 2013 tem nas primeiras posições Uruguai, Costa Rica e Chile, os três países que obtiveram, respectivamente, os melhores resultados nos últimos 10 anos por seu "alto desenvolvimento democrático".

Já Paraguai, Guatemala e Venezuela são os três últimos por apresentarem um "desenvolvimento democrático mínimo".


O estudo inclui cinco países na categoria de "desenvolvimento médio" em matéria democrática: Peru, Argentina, Panamá, México e Brasil. El Salvador, Colômbia, Bolívia, Nicarágua, Equador, Honduras e República Dominicana foram qualificados como "subdesenvolvidos".

Por categorias, o relatório da KAS destaca uma melhora da média regional no que diz respeito à "democracia dos cidadãos", isto é, o desempenho das sociedades em relação às liberdades civis e aos direitos políticos.

As maiores conquistas "são evidenciadas na participação política das mulheres, na incorporação de novos direitos e liberdades e no crescimento da participação eleitoral".

A "democracia das instituições" - sua solidez, seus controles recíprocos entre poderes, sua transparência e independência -, no entanto, pioraram em treze dos 18 países analisados este ano, em comparação a 2012.

Este fenômeno é "a expressão da incapacidade de dirigentes e sociedades na construção de sistemas institucionais e políticos mais fortes".

A luta contra a corrupção, em geral, melhorou, em parte, graças às investigações promovidas por meio do jornalismo independente, mas o "mal funcionamento dos controles" democráticos continua a ser um problema.

O valor médio do desenvolvimento democrático na região ficou situado em 4,868 pontos este ano, um pouco abaixo dos 4,975 obtidos em 2012. O Uruguai alcançou a pontuação máxima (10,000) e Venezuela a mínima (2,649).

A Nicarágua é o país que apresentou o maior avanço em termos democráticos este ano, o que lhe permitiu avançar na categoria dos "subdesenvolvidos", embora continue abaixo da média regional.

Os demais Estados que apresentam melhoras ou se mantiveram estáveis são Bolívia, Brasil, Equador, El Salvador, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

O Paraguai foi o país que sofreu o maior retrocesso este ano, segundo o estudo da KAS, seguido por Panamá, Chile, Guatemala, Costa Rica, México, Colômbia, Argentina, Honduras e Peru.

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Berlim - A fraqueza institucional e o fim de um "boom" econômico, que não reduziu as desigualdades sociais, fez com que o desenvolvimento democrático na América Latina retrocedesse levemente este ano, segundo relatório divulgado nesta terça-feira na Alemanha.

Esta é a principal conclusão da 12ª edição do Índice de Desenvolvimento Democrático (IDD-Lat) - feito pela fundação Konrad Adenauer (KAS) e pela empresa de consultoria argentina Polilat - que destaca que 11 dos 18 países analisados apresentaram uma piora em seus registros.

O estudo considera que "o aumento da classe média", "o aumento da renda per capita" e o "descenso da pobreza", que proporcionaram "as excelentes condições econômicas internacionais para o desenvolvimento latino-americano" entre 2003 e 2008, foram desperdiçados em termos democráticos.

"Longe de constituir um equilíbrio que aquiete as reivindicações sociais", os lucros econômicos "aumentam tensões derivadas da desigualdade de renda", segundo o relatório da KAS, relacionado à governista União Democrata-Cristã Alemã (CDU).

Os resultados da pesquisa criticam o fato de "a região não conseguir reverter uma de seus falhas estruturais: a desigualdade na distribuição da riqueza".

Neste sentido, a KAS lembrou que "centenas de milhares" de brasileiros foram às ruas "protestar contra a corrupção e os excessos dos políticos" e "a insatisfação crescente em Argentina, Chile e outros países".

Além disso, o documento considera que os riscos tradicionais da região persistem. "O aumento da violência por parte do crime organizado", "a fraqueza dos mecanismos de controle institucionalizados da democracia " e o "messianismo político como fenômeno de liderança".

O ranking geral do IDD-Lat 2013 tem nas primeiras posições Uruguai, Costa Rica e Chile, os três países que obtiveram, respectivamente, os melhores resultados nos últimos 10 anos por seu "alto desenvolvimento democrático".

Já Paraguai, Guatemala e Venezuela são os três últimos por apresentarem um "desenvolvimento democrático mínimo".


O estudo inclui cinco países na categoria de "desenvolvimento médio" em matéria democrática: Peru, Argentina, Panamá, México e Brasil. El Salvador, Colômbia, Bolívia, Nicarágua, Equador, Honduras e República Dominicana foram qualificados como "subdesenvolvidos".

Por categorias, o relatório da KAS destaca uma melhora da média regional no que diz respeito à "democracia dos cidadãos", isto é, o desempenho das sociedades em relação às liberdades civis e aos direitos políticos.

As maiores conquistas "são evidenciadas na participação política das mulheres, na incorporação de novos direitos e liberdades e no crescimento da participação eleitoral".

A "democracia das instituições" - sua solidez, seus controles recíprocos entre poderes, sua transparência e independência -, no entanto, pioraram em treze dos 18 países analisados este ano, em comparação a 2012.

Este fenômeno é "a expressão da incapacidade de dirigentes e sociedades na construção de sistemas institucionais e políticos mais fortes".

A luta contra a corrupção, em geral, melhorou, em parte, graças às investigações promovidas por meio do jornalismo independente, mas o "mal funcionamento dos controles" democráticos continua a ser um problema.

O valor médio do desenvolvimento democrático na região ficou situado em 4,868 pontos este ano, um pouco abaixo dos 4,975 obtidos em 2012. O Uruguai alcançou a pontuação máxima (10,000) e Venezuela a mínima (2,649).

A Nicarágua é o país que apresentou o maior avanço em termos democráticos este ano, o que lhe permitiu avançar na categoria dos "subdesenvolvidos", embora continue abaixo da média regional.

Os demais Estados que apresentam melhoras ou se mantiveram estáveis são Bolívia, Brasil, Equador, El Salvador, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

O Paraguai foi o país que sofreu o maior retrocesso este ano, segundo o estudo da KAS, seguido por Panamá, Chile, Guatemala, Costa Rica, México, Colômbia, Argentina, Honduras e Peru.

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