Árvore: estudo considera saúde não apenas na sua dimensão biomédica, mas também questões relacionadas a conflitos, qualidade de vida e cultura (D Sharon Pruitt/Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2012 às 20h34.
São Paulo - Estudo elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a ONG Fase aponta que atualmente existem pelo menos 343 conflitos ambientais no Brasil com impacto na saúde coletiva, sendo que as mais atingidas são as populações indígenas (33,67%), agricultores familiares (31,99%) e quilombolas (21,55%), em regiões rurais (60,85%), urbanas (30,99%) e em áreas com características não definidas (8,17%).
Segundo o Mapa da Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil, a principal resultante do impacto ambiental sofrido pelas populações é a piora em sua qualidade de vida (79,8%), segundo texto publicado no site da Fiocruz. O estudo considera saúde não apenas na sua dimensão biomédica, mas também questões relacionadas a conflitos, qualidade de vida, cultura, tradições e violência. Os conflitos foram denunciados pela populações e movimentos sociais.
"O segundo grave problema das comunidades é a violência, nas formas de ameaça (37,71%), coação física (15,82%), lesão corporal (12,12%) e assassinato (10,10%). Outros problemas de saúde também impactados significativamente em situações de injustiça ambiental são doenças não transmissíveis (40,07%) e insegurança alimentar (30,98%)", continua o texto.
Para o coordenador geral do projeto e pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) Marcelo Firpo, "nenhum crescimento econômico deveria justificar assassinatos, qualquer tipo de violência ou a perda da qualidade de vida das populações, atingidas em seus territórios. Mas não é isso o que acontece".