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Acusadora dá detalhes contra Kavanaugh em depoimento no Senado dos EUA

Christine Ford afirmou que nunca esqueceu os detalhes da noite em que o juiz Brett Kavanaugh, indicado à Suprema Corte, tentou violentá-la em uma festa

Christine Ford: Estou aqui hoje não porque eu queira estar. Estou apavorada, disse a acadêmica (Tom Williams/Reuters)
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AFP

Publicado em 27 de setembro de 2018 às 12h47.

Última atualização em 27 de setembro de 2018 às 17h29.

A Comissão de Justiça do Senado americano iniciou nesta quinta-feira (27) a histórica audiência para a indicação do candidato do presidente americano à Suprema Corte, um processo marcado por acusações de agressão sexual contra o juiz Brett Kavanaugh que remontam a 1982.

Na audiência, a denúncia da acadêmica Christine Blasey Ford, que assegura que Kavanaugh tentou violentá-la em uma festa de estudantes, será confrontada com a versão do juiz. Ele nega as acusações. A carreira deste juiz de 53 anos estará em jogo nesta audiência pública, transmitida ao vivo pela televisão.

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"Estou aqui hoje não porque eu queira estar. Estou apavorada", desabafou Christine, diante de uma sessão lotada, aberta às 10h locais (11h em Brasília) com uma apresentação do presidente da Comissão, o republicano Chuck Grassley.

"Acredito que seja meu dever como cidadã dizer a vocês o que aconteceu comigo, quando Brett Kavanaugh e eu estávamos no Ensino Médio", declarou, com a voz embargada, tentando conter as lágrimas.

Blasey Ford descreveu ter sido abordada por um Kavanaugh "visivelmente bêbado" e seu amigo Mark Judge, que a levou para um quarto e trancou a porta, antes que Kavanaugh tentasse tirar suas roupas.

"Achei que ele fosse me estuprar", disse ela aos congressistas, garantindo ter totalmente certeza de que Kavanaugh foi o agressor.

Entre as grandes expectativas da audiência estava ver pela primeira vez o rosto de Blasey Ford, de quem se conhecia apenas fotos antigas e uma imagem das redes sociais, na qual aparecia de óculos escuros.

Christine, de 51 anos, disse que a suposta agressão de Kavanaugh, na qual ele teria tapado sua boca com a mão para evitar que gritasse, deixou-a "drasticamente alterada".

"Os detalhes dessa noite, que são o que me trazem aqui, são coisas que nunca vou esquecer. Ficaram gravadas na minha memória e me atormentaram por momentos em minha vida adulta", disse.

Há duas semanas, Kavanaugh parecia prestes a ganhar sua aprovação do Senado para entrar na Suprema Corte, uma jurisdição que trata de questões fundamentais da sociedade americana, como direito ao aborto, porte e posse de armas de fogo e direitos das minorias.

Para Trump, colocar um juiz conservador em um cargo vitalício na alta corte selaria seu objetivo de deixar em minoria os juízes progressistas, ou moderados, durante muitos anos.

Até agora, apesar das novas denúncias de supostos abusos cometidos por Kavanaugh, Trump manteve seu apoio ao juiz. Se Blasey Ford conseguir convencer o presidente americano, ele disse que poderia renunciar a seu candidato e propor outra pessoa.

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