Estas imagens revelam o trauma e o sonho das crianças sírias
Através de desenhos e anotações, jovens refugiados sonham com o retorno ao lar e expurgam o trauma da guerra
Vanessa Barbosa
Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 05h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h21.
São Paulo - O pequeno sírio Gays Cardak, de apenas 6 anos, sonha reconstruir o seu país. Em uma biblioteca no campo de refugiados em Yayladagi, na fronteira turco-síria, ele mostra o seu desenho — um homenzinho de braços grandes e abertos. "Eu vou ser médico e engenheiro. Nós, os engenheiros, vamos reconstruir a Síria , e eu vou levar os (soldados) para o hospital", disse Cardak. No mês de dezembro, o fotógrafo da agência Reuters Umit Bektas visitou dois campos de refugiados na Turquia. Nesses abrigos improvisados, crianças e jovens sírios convivem constantemente com sentimentos de separação, saudades da terra natal e os traumas da guerra que os tirou, à força, tão cedo de casa. Desenhar e escrever é uma forma de expurgar os fantasmas. E o fotógrafo registrou estes momentos, que revelam um sonho comum — o retorno à Síria , são e salvos. Veja nas imagens.
![Medo](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho2.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
2 /12(REUTERS/Umit Bektas)
Nesta imagem, a pequena refugiada síria Tesnim Faydo, de 8 anos, mostra seu desenho de uma mãe chorando por sua filha ferida. Faydo está com seus amigos em Yayladagi, um campo de refugiados na província de Hatay, perto da fronteira turco-síria.
![Saudade](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho4.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
3 /12(REUTERS/Umit Bektas)
Em seu desenho, a menina Meryem Mahmo, de 14 anos, retrata seu antigo lar e escreve: "Eu quero minha casa. Eu sinto sua falta, Síria."
![Sonho comum](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho8.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
4 /12(REUTERS/Umit Bektas)
Abdullah El-Omer, de 15 anos, faz o mesmo pedido: "Eu quero um fim à guerra na Síria", diz o cartaz que segura na barbearia em que trabalha no campo de refugiados em Midyat, na província de Mardin, Turquia.
!["Vamos viver feliz"](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siriadesenho13.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
5 /12(REUTERS/Umit Bektas)
Kamer Topalca, de 18 anos, escreveu esta mensagem: "Meu Deus nos salve. Vamos retornar seguros à nossa pátria. Vamos viver feliz.". Ela agora vive em Yayladagi, campo de refugiados na província de Hatay, perto da fronteira turco-síria.
![Identidade](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho5.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
6 /12(REUTERS/Umit Bektas)
O adolescente Mustafa Halabi, de 16 anos, segura um cartaz com o seguinte recado em árabe: "Eu sou sírio e eu quero voltar para a Síria". Ele está em em Nizip, no campo de refugiados na província de Gaziantep, Turquia.
![Deus é...](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho11.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
7 /12(REUTERS/Umit Bektas)
Este desenho, que mostra uma casa cercada de flores e três pessoas, é de Islem Halife, uma menina de 11 anos que vive em Nizip, campo de refugiados na província de Gaziantep. A frase curta no meio do desenho significa "Deus é grande".
![Apelo](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho7.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
8 /12(REUTERS/Umit Bektas)
"O meu pedido é para você, certifique-se de que podemos voltar à nossa pátria, com o fim da guerra e dos ataques; certifique-se de que podemos viver em paz, sem medo e longe de ataques. Envie-nos de volta à nossa pátria", apela a refugiada síria Esma El-Guriya, de 18 anos.
![Lar desfeito](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho6.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
9 /12(REUTERS/Umit Bektas)
Ao lado da mãe e de seus dois irmãos, Ahmet Cemal, de 12 anos, mostra um desenho da casa onde morava com a família na Síria. Ele também está em Nizip, campo de refugiados na província de Gaziantep, Turquia.
![Alá](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho10.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
10 /12(REUTERS)
De dentro do campo de refugiados em Gaziantep, Turquia, a síria Rahaf Kahya, de anos 13, segura o papel com a escrita em árabe que diz: " Não há nenhum deus, somente Alá, e Maomé é o mensageiro de Alá. Síria livre".
![Lembranças](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_siria-desenho3.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
11 /12(REUTERS/Umit Bektas)
Em sua tenda no campo de refugiados, a jovem síria Hale Selim, de 13 anos, mostra o desenho de sua antiga casa na Síria. A saudade é constante.
![Tensões](https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2016/09/size_960_16_9_ataque-siria.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
12 /12(Bulent Kilic/AFP)
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