Mundo

Estados Unidos realizaram ataque cibernético contra o Irã, dizem fontes

A operação cibernética secreta contra o Irã foi realizada após os ataques a instalações petrolíferas da Arábia Saudita

EUA-Irã: a operação americana aconteceu no final de setembro e visou a capacidade iraniana de disseminar "propaganda" (Carlos Barria/File Photo/Reuters)

EUA-Irã: a operação americana aconteceu no final de setembro e visou a capacidade iraniana de disseminar "propaganda" (Carlos Barria/File Photo/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 16 de outubro de 2019 às 10h59.

Última atualização em 16 de outubro de 2019 às 11h00.

Washington — Os Estados Unidos realizaram uma operação cibernética secreta contra o Irã após os ataques de 14 de setembro a instalações petrolíferas da Arábia Saudita, que Washington e Riad atribuíram a Teerã, disseram duas autoridades dos EUA à Reuters.

As fontes, que pediram anonimato, disseram que a operação ocorreu no final de setembro e visou a capacidade iraniana de disseminar "propaganda".

Uma das fontes disse que o ataque afetou equipamentos, mas não deu maiores detalhes.

O ataque enfatiza como o governo do presidente Donald Trump vem tentando se contrapor ao que vê como uma agressão iraniana sem desencadear um conflito mais amplo.

Indagado sobre a reportagem da Reuters nesta quarta-feira, o ministro das Comunicações e Tecnologia da Informação do Irã, Mohammad Javad Azari-Jahromi, respondeu: "Eles devem tê-lo sonhado", como noticiou a agência de notícias Fars.

O ataque norte-americano parece mais limitado do que outras operações do tipo contra o Irã neste ano na esteira da derrubada de um drone dos EUA em junho e um suposto ataque da Guarda Revolucionária iraniana a navios-tanque no Golfo Pérsico em maio.

EUA, Arábia Saudita, Reino Unido, França e Alemanha atribuíram os ataques de 14 de setembro publicamente ao Irã, que negou envolvimento na ação. O grupo militante houthi do Iêmen, aliado de Teerã, assumiu a responsabilidade.

Publicamente, o Pentágono reagiu enviando milhares de tropas adicionais e equipamentos para reforçar as defesas sauditas - a mobilização mais recente dos EUA na região neste ano.

O Pentágono não quis comentar o ataque cibernético.

Podem ser necessários meses para se determinar o impacto da ação, se houve uma, mas ataques cibernéticos são vistos como uma opção menos provocadora que evita a irrupção de uma guerra.

"Você consegue fazer estragos sem matar pessoas ou explodir coisas; isso acrescenta uma opção ao pacote que não tínhamos antes, e nossa disposição de usá-la é importante", disse James Lewis, especialista cibernético do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, sediado em Washington.

Lewis acrescentou que pode não ser possível deter o comportamento iraniano nem mesmo com ataques militares convencionais.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Irã - País

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem