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Estado Islâmico comete crimes contra humanidade, diz ONU

Ações violentas cometidas no Iraque pelo grupo jihadista equivalem a crimes contra a humanidade, de acordo com a ONU


	Membros do Estado Islâmico exibem bandeira na base do exército sírio
 (AFP)

Membros do Estado Islâmico exibem bandeira na base do exército sírio (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 09h00.

Genebra - As ações violentas cometidas no Iraque pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), incluídos assassinatos, execuções, conversões forçadas, sequestros, violência sexual e tortura, equivalem a crimes contra a humanidade, disse nesta segunda-feira a ONU.

Em uma sessão de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU para abordar a situação no Iraque, a responsável adjunta do Alto Comissariado dos Direitos Humanos, Flavia Pansieri, expôs as evidências recolhidas pelo organismo sobre os abusos cometidos pelos extremistas.

Pansieri afirmou ainda que as forças de segurança iraquianas e grupos armados que se opõe ao EI também cometeram violações dos direitos humanos que "podem equivaler a crimes de guerra".

O exército iraquiano, milícias afins e forças curdas, com apoio militar dos Estados Unidos, lutam contra o grupo terrorista, que mantém o controle de extensas áreas das províncias de Anbar, Ninawa, Salah al-Din e Diyala, no norte do Iraque.

Os insurgentes do EI, que proclamou o estabelecimento de um califado nas zonas sob seu domínio, entre o norte iraquiano até a província de Al-Raqqah, na vizinha Síria, concentraram sua crueldade contra as minorias étnicas e religiosas.

"Muitos foram diretamente assassinados, outros sitiados e privados de alimentos, água e remédios", denunciou Panseri. Segundo a funcionária da ONU, pelo menos mil yazidis, uma das minorias mais afetadas, foram mortos e 2.750 sequestrados ou escravizados nas últimas semanas.

"Pelo menos 2.250 mulheres e crianças foram detidos como reféns na prisão de Badoush, em Mossul, em Tal Afar e outros lugares sob controle do EI", acrescentou.

Em Badosh se documentou a execução sumária de 650 prisioneiros, com especial violência no caso dos homens de confissão xiita, obrigados a cavar buracos onde foram mortos pelos insurgentes.

Além disso, Pansieri afirmou que a ONU tem conhecimento da execução de líderes religiosos, incluídos doze sunitas em Mossul, que se negaram a jurar lealdade ao EI.

Apesar de cidades inteiras terem fugido, a secretária-adjunta do Escritório de Direitos Humanos da ONU disse que ainda há vários povoados em Sinjar (na província de Ninawa) que correm o risco de serem atacados pelos jihadistas.

A presença e o controle de EI se estende pelo norte até partes das cidades de Faluja, Ramadi, Tikrit, Tal Afar e Mossul, onde a ONU teme pelo destino dos civis.

A organização constatou que as mulheres estão particularmente expostas aos abusos dos extremistas islâmicos, que em meados de agosto fizeram com que em todas as mesquitas de Mossul se anunciasse que todas elas deveriam cobrir o rosto com o véu, caso contrário sofreriam castigos severos.

O EI estabeleceu uma espécie de polícia de "promoção da virtude e prevenção do vício", que tem por missão obrigar as mulheres a cumprirem com as regras estabelecidas, entre elas não poder caminhar pelas ruas desacompanhadas por um homem.

*Atualizada às 08h59 do dia 01/09/2014

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