Mundo

Esquerdista é promovido em reforma ministerial na França

Como ministro da Indústria da França, político acusava a União Europeia de prejudicar o crescimento ao exigir reduções do déficit público

Arnaud Montebourg e Carlos Tavares: promoção de Montebourg gera novas preocupações nas capitais da UE a respeito da intenção francesa de respeitar as metas de déficit (Charles Platiau/Reuters)

Arnaud Montebourg e Carlos Tavares: promoção de Montebourg gera novas preocupações nas capitais da UE a respeito da intenção francesa de respeitar as metas de déficit (Charles Platiau/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2014 às 09h54.

Paris - O esquerdista Arnaud Montebourg, que como ministro da Indústria da França acusava a União Europeia de prejudicar o crescimento ao exigir reduções do déficit público, recebeu novos poderes ao ser nomeado ministro da Economia em uma reforma ministerial anunciada nesta quarta-feira.

A promoção de Montebourg gera novas preocupações nas capitais da UE a respeito da intenção francesa de respeitar as metas de déficit, dois dias depois de o presidente François Hollande insinuar que Paris pediria mais tempo a Bruxelas para endireitar suas contas públicas.

Montebourg trabalhará ao lado de Michel Sapin, ex-ministro do Trabalho que foi nomeado para substituir Pierre Moscovici na pasta das Finanças. A reforma ministerial foi uma reação de Hollande à dura derrota sofrida por seu Partido Socialista nas eleições municipais de março.

Formalmente, Sapin será o responsável por supervisionar as finanças públicas -- que no ano passado tiveram um déficit de 4,3 por cento, bem acima da meta europeia de 3 por cento.

Mas a ampliação dos poderes de Montebourg, que incluirão agora a supervisão da indústria e da economia digital, lhe dará mais influência do que antes sobre as decisões políticas.

As nomeações, feitas em uma nota do presidente lida nas escadarias do palácio presidencial do Eliseu, ocorreram após o centrista Manuel Valls ser nomeado primeiro-ministro, na terça-feira, em substituição a Jean-Marc Ayrault.

Segolene Royal, ex-mulher de Hollande e ex-candidata socialista à presidência em 2007, voltou à linha de frente da política como ministra da Energia e Ambiente.

O Partido Verde, parceiro da coalizão de Hollande, se recusou a participar de um gabinete comandado por Valls, em protesto por suas posições conservadoras em questões como imigração -- uma posição que pode enfraquecer o apoio parlamentar a reformas econômicas.

Acompanhe tudo sobre:EuropaFrançaPaíses ricosUnião Europeia

Mais de Mundo

Gotículas respiratórias são via 'menor' de transmissão da mpox, segundo a OMS

Criança quebra acidentalmente jarro raro de 3,5 mil anos durante visita a museu em Israel

Macron retoma difíceis consultas para nomear governo na França

Maduro anuncia eleição legislativa e de governador para 2025

Mais na Exame