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Escritora egípcia é condenada a prisão por "insultar o islã"

Em janeiro, Fatima havia sido condenada a três anos de prisão por "insultar a religião", porém um tribunal de apelação rebaixou a sentença para 6 meses

Escritora: a escritora, poetisa e ativista de 52 anos apelou da decisão, após se recusar a comparecer às audiências de seu julgamento (Marcos Santos/USP Imagens)

Escritora: a escritora, poetisa e ativista de 52 anos apelou da decisão, após se recusar a comparecer às audiências de seu julgamento (Marcos Santos/USP Imagens)

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EFE

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 16h26.

Cairo - A escritora egípcia Fatima Naut foi condenada nesta quinta-feira a seis meses de prisão, com a suspensão do cumprimento de pena, por qualificar de "massacre" a festa muçulmana do sacrifício, ou "Eid al-Adha", informou a agência oficial de notícias, "Mena".

Em janeiro, Fatima havia sido condenada a três anos de prisão por "insultar a religião", porém um tribunal egípcio de apelação rebaixou a sentença para seis meses.

A escritora, poetisa e ativista de 52 anos apelou da decisão, após se recusar a comparecer às audiências de seu julgamento.

Em declarações à Agência Efe em janeiro, a autora reconheceu que usou sua página no Facebook para qualificar de "massacre" a festa anual do sacrifício dos cordeiros, que acontece 70 dias após o mês sagrado do Ramadã, mas esclareceu que empregou esse termo de forma metafórica.

Fatima expressou seu respeito pela justiça do país, mas se mostrou "triste" porque "o pensamento no Egito não se combate com o pensamento, mas com decisões judiciais".

A intelectual, engenheira de formação, escreveu vários poemários e livros de crítica literária e traduziu obras do inglês para o árabe.

O Código Penal egípcio prevê o crime de insulto ou burla contra as três religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islã), com pena entre seis meses e cinco anos de prisão.

Esta não é a primeira vez que comentários e publicações nas redes sociais são perseguidos e punidos pelas autoridades, que costumam fazer acusações de insulto à religião só no caso do islã.

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