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Escassez de combustível piora na França, sem sinal de fim da greve

"O bloqueio não é uma forma de negociar", disse Macron durante uma visita a Château-Gontier, no oeste, logo após os grevistas estenderem suas atividades por mais um dia

Veículos esperam para abastecer em um posto de gasolina da TotalEnergies na periferia de Lyon, em 10 de outubro de 2022 (AFP/AFP Photo)
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AFP

Publicado em 10 de outubro de 2022 às 17h12.

A escassez de combustível continua nesta segunda-feira, 10, na França, devido à greve dos trabalhadores do setor petroleiro do país.

O presidente Emmanuel Macron pediu uma solução "rápida", enquanto aproximadamente um terço dos postos de gasolina enfrentam problemas de abastecimento.

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"O bloqueio não é uma forma de negociar", disse Macron durante uma visita a Château-Gontier, no oeste, logo após os grevistas estenderem suas atividades por mais um dia. Eles também estenderam as ações a 15 postos de gasolina de uma subsidiária da TotalEnergies.

O governo está sob pressão. Os pedidos de diálogo dos últimos dias não surtiram efeito, e a primeira-ministra, Élisabeth Borne, chegou a convocar na noite de segunda-feira uma reunião de emergência com os ministros afetados.

Na manhã de hoje, os motoristas faziam fila no único posto de gasolina aberto em Lille, ao norte do país, onde a situação é crítica.

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"Tenho uma empresa, duas vans bloqueadas já no depósito, e estou na reserva. Então, definitivamente tenho que reabastecer. Caso contrário, não posso mais me locomover", afirma o empresário Bruno Duwez, de 63 anos.

De acordo com o Ministério da Transição Ecológica, 29,7% dos postos não tinham qualquer tipo de combustível por volta das 15h no domingo, contra 21%, no sábado.

Os preços dos combustíveis aumentaram na semana passada, em média, 10 centavos (em dólar) por litro. O diesel atingiu os 1,8035 euros (1,75 dólar), apesar da redução de 30 centavos aprovada pelo Estado, para conter a inflação.

A maior refinaria da TotalEnergies perto do porto de Le Havre, ao norte, e suas outras instalações estão há dias em greve, assim como duas refinarias francesas de sua concorrente Esso-ExxonMobil, a pedido dos sindicatos.

A Confederação Geral do Trabalho ( CGT ) reivindica um aumento salarial de 10% em 2022, 7% por conta da inflação, e 3%, pela redistribuição da riqueza.

A direção da TotalEnergies alega já ter tomado medidas que representam um aumento médio de 3,5% neste ano.

Os grevistas conseguiram que a empresa concordasse em antecipar em um mês a negociação salarial, prevista para novembro. A mudança de data está, no entanto, condicionada ao fim da greve, o que denunciam como "chantagem".

Para aliviar a situação, a segunda economia da União Europeia (UE) já desbloqueou suas reservas estratégicas de combustível e autorizou a circulação de caminhões-tanque petroleiros no domingo, enquanto a TotalEnergies importava combustível.

Uma das críticas dos grevistas é que a TotalEnergies não quer repartir com os trabalhadores parte de seus lucros, um montante que chegou, no primeiro semestre de 2022, a US$ 10,6 bilhões.

As críticas feitas lembram as da oposição na França, que exigem a tributação dos lucros extraordinários registrados por grandes grupos, especialmente do setor energético, em meio à atual crise na Europa.

"A Total deveria ver que a situação é difícil para todos (...) e redistribuí-los, porque não aguentamos mais. Todo mundo paga as consequências dessa guerra", disse Lahssen Boussalah, um cientista da computação de 45 anos, na fila do posto de gasolina de Lille.

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