Em reunião da OMS, Brasil vota contra proposta de Israel sobre libertação de reféns
Delegação brasileira defendeu a liberação de israelenses que estão nas mãos do Hamas, mas não concordou com texto apresentado por Israel
Agência de notícias
Publicado em 3 de junho de 2024 às 15h37.
Última atualização em 3 de junho de 2024 às 15h48.
O Brasil votou contra uma proposta apresentada por Israel , na última quinta-feira, durante a Assembleia Geral da Organização Mundial da Saúde ( OMS ), em Genebra (Suíça), de incluir os reféns que estão nas mãos do grupo palestino Hamas em um projeto de resolução apresentado pela Argélia. O texto original condenava as ações israelenses na Faixa de Gaza e contava com o apoio de países árabes, Rússia, China, Venezuela, Irã, Cuba e Nicarágua.
A proposta inicial denunciava a situação do sistema de saúde em territórios da Palestina. Também falava sobre violência, fome e destruição de hospitais.
Durante a sessão, Israel pediu para que fosse incluído no texto a libertação de cerca de 125 reféns israelenses que ainda estão com o Hamas e a proibição do uso de instalações de saúde por grupos armados palestinos.
Segundo interlocutores do Itamaraty, o Brasil votou contra o adendo israelense por divergências em relação ao texto e ao alcance. A avaliação era que o fórum, a OMS, não seria adequado para tratar do tema e havia problemas na proposta apresentada por Israel. Por exemplo, falava sobre grupos armados atacando hospitais, mas não dizia que esses estabelecimentos deveriam seer protegidos.
Ainda conforme integrantes da área diplomática do governo, a delegação brasileira saiu em defesa da libertação dos reféns em todas as intervenções. Em uma delas, foi lido o seguinte texto:
"Gostaríamos de reiterar nosso apelo pela liberação imediata de todos os reféns e recordar a todas as partes envolvidas no conflito que estão obrigadas a cumprir o direito internacional humanitário e a proteção específica conferida às instalações e unidades médicas, incluindo hospitais"
A mudança no texto, incluindo os pedidos do governo israelense, foi aprovada por 50 votos favoráveis ante 44 contra a alteração. Com a mudança, a proposta inicial foi retirada.