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Em carta, líder das Farc pede encontro com o papa Francisco

O representante da guerrilha disse ao pontífice que "não é fácil conseguir o consenso e a reconciliação" em um país como a Colômbia

Papa Francisco: "Acreditamos que a parte mais acusada de pecados, as Farc, também merece alguns minutos de reflexão com o senhor" (Filippo Monteforte/AFP)
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EFE

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 18h03.

Bogotá - O líder máximo das Farc , Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko", pediu em carta nesta segunda-feira para que o papa Francisco o receba antes ou durante a visita à Colômbia, uma viagem prevista para 2017, mas que ainda não tem data exata.

"Acreditamos que a parte mais acusada de pecados, as Farc, também merece alguns minutos de reflexão com o senhor, antes ou durante sua anunciada visita à Colômbia", disse "Timochenko" na carta.

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O representante da guerrilha disse ao pontífice que "não é fácil conseguir o consenso e a reconciliação" em um país como a Colômbia, onde considera que há "setores dominados por um fundamentalismo", como os que acha que se opuseram ao acordo de paz.

"Timochenko" declarou que esse fundamentalismo é "de tal natureza" que alimenta "a mão obscura que coloca a Colômbia em um doloroso mar de sangue".

"Fazemos votos para que Sua Santidade e orações consigam contribuir para pôr fim à tão trágica realidade, acreditamos que um papel mais decidido por parte da hierarquia eclesiástica colombiana pode inclinar a balança para o lado mais justo", ressaltou.

O líder guerrilheiro afirmou que "o cultivo de ódios e intolerâncias esteve fatalmente presente durante os 50 anos" que durou o conflito armado com as Farc.

Além disso, comentou que o acordo de paz assinado com o governo colombiano no dia 24 de novembro promove "as garantias plenas para a oposição política e o protesto social".

Na carta, "Timochenko" também se referiu à reunião de sexta-feira passada no Vaticano entre o papa Francisco, o presidente Juan Manuel Santos e seu antecessor e principal opositor ao acordo de paz, Álvaro Uribe.

"Que nem sequer sua excelência tinha sido capaz de conseguir esse milagre, disseram alguns veículos de imprensa. Com efeito, o livre arbítrio dos humanos não depende da vontade de Deus, mas dos homens", disse.

"Timochenko" argumentou que há setores sociais e políticos "vinculados a um passado nefasto em matéria de direitos humanos e despojo em massa da propriedade camponesa" que se opõem ao resultado do "enorme esforço do povo colombiano" e dos dois últimos governos.

O governo colombiano espera há meses a confirmação da data da visita do papa ao país, que pode ocorrer no primeiro trimestre de 2017, embora o bispo de Roma tenha dito em outubro que prefere realizar a viagem quando "o processo de paz estiver blindado".

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