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Em carta a Dilma, Abin repudia controle militar

Inteligência brasileira afirma no documento que não quer se tornar uma "Tropa de [general] Elito"

A presidente Dilma: Abin não quer subordinação militar nem policial (Roberto Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma: Abin não quer subordinação militar nem policial (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 07h52.

São Paulo - Sem saber exatamente o que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a chamada “comunidade de inteligência” entrou em choque com o general José Elito, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Desde a criação, em 1999, a Abin é subordinada ao GSI. O estopim da rebelião foi a exigência do general de que todos os relatórios do serviço de inteligência sejam submetidos previamente à sua análise.

A decisão do general de avaliar a possibilidade de acabar com o Departamento de Contraterrorismo (DCT), criado em 2008 na gestão Paulo Lacerda, aprofundou ainda mais a crise envolvendo a Segurança Institucional e a Associação dos Oficiais de Inteligência (Aofi). A associação pediu audiência no Planalto para discutir a crise e foi recebida no dia 27 de janeiro por três funcionários da chefia do Gabinete da Presidência, o que deixou ainda mais irritado o general. Giles Azevedo, chefe de Gabinete da Presidência, não estava presente na reunião.

Em carta entregue à Presidência, a “comunidade de inteligência” pede que a Abin não tenha nem subordinação militar nem subordinação policial. Em evidente trocadilho com o filme Tropa de Elite, funcionários da Abin dizem que não querem ser da “Tropa de Elito”.

Defesa

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general José Elito Carvalho Siqueira, disse à reportagem, em nota oficial, que “vem implementando medidas no sentido de valorizar a atividade institucional do GSI, dando continuidade a trabalhos já realizados”.

Sobre a reunião da Associação dos Oficiais de Inteligência (AOFI) com a chefia de gabinete da Presidência, a exigência de que todos os documentos de inteligência passem pelo seu crivo e a extinção do Departamento de Contraterrorismo, o general disse que “não tomou conhecimento oficial e, portanto, não emitirá juízo de valor”. Em outra nota, considerou “improcedente” a “informação sobre a suposta citação de acabar com o Departamento de Contraterrorismo da Abin”.

O general disse que para “conhecer melhor a estrutura do GSI e ouvir opiniões” tem se reunido com todos os chefes e subordinados, “inclusive os da Agência Brasileira de Inteligência, tanto em seu gabinete, como nas respectivas instalações”. Acrescentou que a “atividade de Inteligência continuará sendo prioritária, visando sempre ao assessoramento da sra. presidenta e a manutenção do Estado democrático de direito, respeitando as garantias e direitos fundamentais do cidadão brasileiro”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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