Trump e Biden: será a primeira revanche presidencial dos EUA em quase 70 anos (Brendan Smialowski/AFP)
Redatora
Publicado em 13 de março de 2024 às 06h49.
Última atualização em 13 de março de 2024 às 10h29.
O presidente norte-americano Joe Biden e o ex-presidente Donald Trump garantiram nesta terça-feira, 12, os delegados necessários para confirmar as indicações às candidaturas presidenciais de seus partidos, de acordo com projeções da Associated Press e da CNN.
As indicações já eram esperadas. Biden enfrentou apenas oposição simbólica nas primárias democratas, como é típico para um presidente em exercício, enquanto Trump era o candidato principal de seu partido há meses. Na semana passada, após a chamada Super-Terça, a sua última rival republicana, Nikki Haley, desistiu da campanha.
Os resultados de terça-feira abriram caminho para uma campanha presidencial de 2024 que, com pouco menos de oito meses, deve ser uma das mais longas da história norte-americana moderna e será a primeira revanche presidencial do país em quase 70 anos.
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Em comunicado, Biden disse que estava honrado porque os eleitores democratas "depositaram sua fé em mim mais uma vez para liderar nosso partido — e nosso país — em um momento em que a ameaça que Trump representa é maior do que nunca."
Em um vídeo postado nas redes sociais por sua campanha depois de garantir a indicação, Trump chamou a terça-feira de um "grande dia de vitória", mas disse que era hora de se concentrar em derrotar Biden em novembro. "Quero agradecer a todos, mas, muito mais importante, temos que nos dedicar a vencer Joe Biden", disse ele.
A indicação formal virá apenas nas convenções dos partidos republicano e democrata, previstas para o verão norte-americano.
O fato de que Trump foi capaz de garantir a indicação republicana rapidamente demonstra a influência que ele manteve sobre o partido e sua base conservadora, apesar de sua derrota em 2020 e dos esforços fracassados para revertê-la.
Da mesma forma, Biden enfrentou pouca oposição em seu caminho para a indicação. Robert F. Kennedy Jr., herdeiro político do ex-presidente John Kennedy e advogado ambiental, desistiu da disputa pela indicação democrata para concorrer como independente. O deputado Dean Phillips de Minnesota e a guru de autoajuda Marianne Williamson nunca atraíram mais do que uma fração dos votos.
No entanto, durante o mandato de Biden, os eleitores questionam sua idade e seu histórico, mesmo com os indicadores econômicos melhorando. O presidente mostrou menos força para atrair jovens, eleitores negros e hispânicos, grupos-chave na coalizão que o ajudou a vencer em 2020.
Já Trump, com as vitórias de terça-feira, garantiu a indicação antes que qualquer um de seus quatro casos criminais tenha ido a julgamento. Seu caso em Manhattan, que decorre de um pagamento de dinheiro para silenciar uma atriz pornô em 2016, está programado para ir a julgamento em 25 de março e espera-se que dure seis semanas, o que tomará tempo e recursos da campanha do republicano.