Vista geral da cidade de Tbilisi, na Geórgia, em novembro de 2012 (David Mdzinarishvili / Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2013 às 09h56.
Tbilisi - A população da Geórgia votou para escolher um presidente neste domingo, eleição que vai derrubar a cortina do governo de uma década de Mikheil Saakashvili, embora seja improvável que a instabilidade política na ex-república soviética acabe.
O principal candidato para substituir Saakashvili, um líder pró-ocidente que exerceu dois mandatos, é Georgy Margvelashvili, membro da coalizão "Sonho Georgiano" que derrubou o gabinete do presidente em uma eleição há um ano.
A partida de Saakashvili deve acabar com confrontos que têm dificultado a formulação de políticas e afetado o clima para investimentos, fortalecendo a liderança do "Sonho Georgiano", mas o futuro fica nebuloso com a decisão do primeiro-ministro Bidzina Ivanishvili de se afastar também.
A saída iminente de Ivanishvili, o homem mais rico do país e líder do "Sonho Georgiano", aumenta a incerteza em um país que é estrategicamente importante para a Rússia e a Europa, que recebem petróleo e gás por meio de gasodutos através da Geórgia.
"Eu vou votar em Margvelashvili, é claro. Ele é um novo tipo de político, uma nova geração", disse Gogi Popkhadze, de 35 anos e desempregado, após votar no centro da capital Tbilisi.
Tsira Gabrichidze, uma aposentada de 68 anos de idade, disse ter permanecido leal a Saakashvili e ter votado em David Bakradze, ex-presidente do Parlamento do partido do presidente.
"Precisamos de um equilíbrio e eu acho que vai ser bom ter um presidente de um partido que é diferente da coalizão governista", disse ela em Tbilisi, onde casas em ruínas ficam ao lado de escritórios modernos, sublinhando os problemas econômicos da Geórgia.
Após a eleição, mudanças constitucionais entram em vigor, o que vai transferir o poder da presidência ao governo e ao parlamento. Grandes mudanças na política não são esperadas, mas Ivanishvili não disse quem será o primeiro-ministro.
"Isto não é apenas uma eleição presidencial, mas é também uma grande mudança no sistema político na Geórgia", disse Helen Khoshtaria, uma analista política independente.