Exame Logo

Eleições na Europa começam com atenção sobre extrema-direita

Holanda e Reino Unido abriram as eleições para o Parlamento Europeu, que provoca muitas preocupações com o avanço dos partidos de extrema-direita

Bandeiras da União Europeia: quase 328 milhões de votantes estão convocados (Georges Gobet/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 09h29.

Londres - Holanda e Reino Unido abriram nesta quinta-feira as eleições para o Parlamento Europeu, que provoca muitas preocupações com o avanço dos partidos de extrema-direita.

Às 7H30 (2H30 de Brasília), os holandeses começaram a depositar os votos nas urnas, sendo seguidos meia hora depois pelos britânicos.

As eleições devem prosseguir até domingo.

Quase 328 milhões de votantes de 28 países estão convocados para escolher 751 deputados que terão mandato de cinco anos.

Holanda e Reino Unido votam nesta quinta-feira, a Irlanda vai às urnas na sexta-feira e a República Tcheca na sexta-feira e sábado. Itália, Malta, Eslováquia e Lituânia no sábado; o restante da UE no domingo.

O Reino Unido também celebra eleições locais.

Os resultados da votação europeia será divulgado no domingo às 21H00 GMT (18H00 de Brasília).

Com 26 milhões de desempregados e um grande ressentimento com as políticas de austeridade determinadas pelas instituições europeias em países em crise, os partidos contrários à imigração e contra o bloco continental estão em vantagem.

As pesquisas apontam que no Reino Unido, França e Holanda poderiam vencer as eleições os partidos mais à direita: UKIP, Frente Nacional e Partido da Liberdade (PVV), paradoxalmente os mais antieuropeus do arco político.

Mas 'qual o motivo de entrar no Parlamento de uma instituição que detestam?'. Para ganhar visibilidade política, respondeu à AFP Nigel Farage, líder do UKIP, o Partido pela Independência do Reino Unido.

"Para expor a posição sobre a UE, simples assim", afirmou Farage.

O britânico resume o complicado equilíbrio de seu credo: "Antieuropeu, eu? Não. É ridículo dizer isto. Gosto da Europa, é um grande lugar. Sou casado com uma europeia, trabalhei para empresas europeias e gosto da cultura europeia... mas odeio a bandeira. Odeio o hino. E odeio as instituições".

"O avanço dos eurocéticos pode ser mais perigoso que a emergência do Tea Party nos Estados Unidos", afirma Mark Leonard, do Conselho Europeu das Relações Exteriores.

"Pode levar a um espetáculo esquisito de um Parlamento Parlamento que odeia a si mesmo, que basicamente busca assegurar a própria abolição", completa.

Segundo a pesquisa PollWatch2014 divulgada em 20 de maio, os partidos de ultradireita e contrários ao sistema devem obter 95 cadeiras, 12,6% do total, um avanço espantoso na comparação com a atual Eurocâmara, na qual somam 33 eurodeputados (4,3%).

Apesar dos temores, conservadores e socialistas, reunidos respectivamente no Partido Popular Europeu (PPE) e Socialistas e Democratas (S&D), se permanecerão como os dois principais grupos políticos.

O PPE conseguirá 217 eurodeputados (57 a menos que nas últimas eleições) e o S&D 201 (+5).

São Paulo – Não existe calmaria generalizada e a situação política e econômica de alguns países merecem destaque. Tina Fordham, analista política do Citi, ao lado de sua equipe, preparou um relatório apontando uma série de riscos políticos presentes em diversas partes do mundo. Clique nas fotos ao lado e conheça cinco deles.
  • 2. Oposição a Putin segue forte na Rússia

    2 /5(©AFP / Natalia Kolesnikova)

  • Veja também

    No relatório, Tina Fordham e sua equipe afirmam que a onda de protestos na Rússia tem as demonstrações mais fortes desde a perestroika. Eles apontam que observadores internacionais esperavam que os protestos diminuíssem no país após o então primeiro-ministro Vladimir Putin vencer as eleições e voltar a ser presidente do país. Aconteceu justamente o contrário e os protestos continuam. “Os preços brandos do petróleo e os planos para restringir o livre discurso sinalizam a possibilidade de um período de tensões pela frente, ao passo de que a classe média russa continuará desafiando ao governo”, afirmam a analista política do Citi. Na visão do Citi, o cenário atual limita reformas e modernizações na Rússia e dificulta que o governo volte a ter altos níveis de aprovação. “Acreditamos que a alta demanda por mudanças políticas é muito provável pelos próximos três anos”. A foto ao lado mostra a banda punk Pussy Riot, um dos símbolos atuais da oposição popular ao governo russo.
  • 3. A Grécia continua uma questão frágil

    3 /5(Milos Bicanski/Getty Images)

  • Na Grécia, com a mudança no padrão de vida que a austeridade causa - e, consequentemente, deixa a população descontente – o Citi alerta que aumentam as evidências de mais problemas sociais, como fome, pessoas sem casa e o aumento do risco de uma divisão violenta na Grécia. A situação aumenta a chances de que o país se torne algo que o Fórum Econômico Mundial chama de “critical fragile states”, que são países que não providenciam condições básicas para a população. Há também na Grécia o risco econômico. Recentemente, num outro relatório, o Citi alertou que o país tem 90% de chances de deixar a zona do euro nos próximos 12 a 18 meses.
  • 4. O “homem-chave” da Venezuela

    4 /5(Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

    As pesquisas mais recentes indicam que Hugo Chávez, atual presidente da Venezuela, deve se reeleger nas eleições que acontecem no país neste ano. A saúde do atual líder, porém, está fragilizada. Por mais que Chávez insista em dizer que está bem, não é possível confirmar seu real estado. Apesar da saúde frágil do atual líder, a Venezuela não apresenta um sucessor “na manga” para Chávez. O Citi reforça que há especulações sobre o que pode ocorrer caso Chávez faleça antes ou depois das eleições. Se isso acontecer, independente do momento, essa possibilidade deve mudar a maneira como o país monopoliza o setor de petróleo.
  • 5. Tensões entre Irã e Israel continuam

    5 /5(Jack Guez/AFP)

    As especulações de que Israel poderia atacar o Irã por conta do programa nuclear do país crescem e a analista política do Citi também acredita nessa possibilidade. Na visão do Citi, as chances de uma ação militar acontecer contra o Irã e as locações de seu programa militar após as eleições nos Estados Unidos são maiores que 25%. Se nada acontecer logo após o pleito, a possibilidade aumenta na primeira metade de 2013.
  • Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEuropaPolítica

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Mundo

    Mais na Exame