Eleições legislativas no Egito são canceladas
Esta decisão provoca novas incertezas políticas em um país que ainda tenta se estabilizar dois anos após a queda de Hosni Mubarak
Da Redação
Publicado em 6 de março de 2013 às 17h23.
Cairo - A Justiça administrativa egípcia ordenou nesta quarta-feira o cancelamento das eleições legislativas previstas para começar em 22 de abril, dificultando o poder do presidente Mohamed Mursi.
Esta decisão provoca novas incertezas políticas em um país que ainda tenta se estabilizar dois anos após a queda de Hosni Mubarak.
A Irmandade Muçulmana, da qual Mursi faz parte, indicou que "respeita" a decisão da Justiça.
O presidente havia convocado essas eleições no mês passado por meio de um decreto, mas o tribunal administrativo do Cairo considerou que o procedimento seguido pelo chefe de Estado e o Senado dominado pelos islamitas não estava conforme o previsto pela Constituição.
O tribunal decidiu anular o decreto de Mursi e parar a preparação das eleições, que a maior parte da oposição pretendia boicotar, e reenviar a lei eleitoral ao Supremo Tribunal Constitucional (HCC).
As legislativas deveriam começar em 22 de abril e teriam uma duração de dois meses para eleger uma nova Assembleia (Câmara Baixa), após a dissolução da anterior em junho de 2012.
Mas vários opositores questionaram a sua transparência e o momento escolhido para a sua realização, defendendo que o país está muito dividido para que ocorram de forma tranquila.
A principal coalizão de oposição, a Frente de Salvação Nacional (FSN), anunciou que iria boicotar as eleições legislativas devido a falta de garantias para a sua regularidade.
O coordenador da FSN, o Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, denunciou uma "farsa" e sugeriu que as eleições poderiam ser manipuladas como acontecia sob o reinado do presidente Hosni Mubarak, mas desta vez em favor dos partidários de Mursi.
Outro opositor, o islâmico moderado Abdel Moneim Abul Futuh, candidato derrotado na eleição presidencial do ano passado, no entanto, indicou que o seu partido se lançaria na batalha legislativa.
A Irmandade Muçulmana assegurou "respeitar a decisão do tribunal administrativo de parar as eleições e remeter o processo para o Tribunal Constitucional".
A Irmandade diz que não tem a intenção de apelar da decisão, em uma mensagem em sua conta no Twitter.
A decisão do tribunal coloca Mursi em uma situação difícil.
O presidente tem dito repetidamente que as eleições trariam estabilidade ao país, rejeitando as críticas sobre o momento de sua organização.
A Irmandade Muçulmana e os salafistas dominavam a Assembleia Nacional anterior eleita no inverno 2011/2012 e dissolvida em junho do ano passado pelo Tribunal Constitucional, no momento em que o país era governado por um conselho militar.
O Egito atravessa mais crise de sua difícil transição política desde a queda de Mubarak, pressionado por uma revolta popular.
O país convive regularmente com manifestações, por vezes violentas, contra o poder islâmico, que é acusado de tentar tirar proveito das brechas do poder, ou provocadas pelo agravamento da situação econômica e social.
A tensão é particularmente forte em Port-Saïd. O julgamento de episódio dramático que aconteceu no ano passado durante uma partida de futebol tem provocado protestos mortas entre a população e a polícia há várias semanas.
O chefe dos serviços de segurança locais, Mohsen Radi, renunciou a seu cargo nesta quarta-feira, uma decisão clara de tentativa de apaziguar a situação nesta cidade localizada no canal de Suez.
Cairo - A Justiça administrativa egípcia ordenou nesta quarta-feira o cancelamento das eleições legislativas previstas para começar em 22 de abril, dificultando o poder do presidente Mohamed Mursi.
Esta decisão provoca novas incertezas políticas em um país que ainda tenta se estabilizar dois anos após a queda de Hosni Mubarak.
A Irmandade Muçulmana, da qual Mursi faz parte, indicou que "respeita" a decisão da Justiça.
O presidente havia convocado essas eleições no mês passado por meio de um decreto, mas o tribunal administrativo do Cairo considerou que o procedimento seguido pelo chefe de Estado e o Senado dominado pelos islamitas não estava conforme o previsto pela Constituição.
O tribunal decidiu anular o decreto de Mursi e parar a preparação das eleições, que a maior parte da oposição pretendia boicotar, e reenviar a lei eleitoral ao Supremo Tribunal Constitucional (HCC).
As legislativas deveriam começar em 22 de abril e teriam uma duração de dois meses para eleger uma nova Assembleia (Câmara Baixa), após a dissolução da anterior em junho de 2012.
Mas vários opositores questionaram a sua transparência e o momento escolhido para a sua realização, defendendo que o país está muito dividido para que ocorram de forma tranquila.
A principal coalizão de oposição, a Frente de Salvação Nacional (FSN), anunciou que iria boicotar as eleições legislativas devido a falta de garantias para a sua regularidade.
O coordenador da FSN, o Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, denunciou uma "farsa" e sugeriu que as eleições poderiam ser manipuladas como acontecia sob o reinado do presidente Hosni Mubarak, mas desta vez em favor dos partidários de Mursi.
Outro opositor, o islâmico moderado Abdel Moneim Abul Futuh, candidato derrotado na eleição presidencial do ano passado, no entanto, indicou que o seu partido se lançaria na batalha legislativa.
A Irmandade Muçulmana assegurou "respeitar a decisão do tribunal administrativo de parar as eleições e remeter o processo para o Tribunal Constitucional".
A Irmandade diz que não tem a intenção de apelar da decisão, em uma mensagem em sua conta no Twitter.
A decisão do tribunal coloca Mursi em uma situação difícil.
O presidente tem dito repetidamente que as eleições trariam estabilidade ao país, rejeitando as críticas sobre o momento de sua organização.
A Irmandade Muçulmana e os salafistas dominavam a Assembleia Nacional anterior eleita no inverno 2011/2012 e dissolvida em junho do ano passado pelo Tribunal Constitucional, no momento em que o país era governado por um conselho militar.
O Egito atravessa mais crise de sua difícil transição política desde a queda de Mubarak, pressionado por uma revolta popular.
O país convive regularmente com manifestações, por vezes violentas, contra o poder islâmico, que é acusado de tentar tirar proveito das brechas do poder, ou provocadas pelo agravamento da situação econômica e social.
A tensão é particularmente forte em Port-Saïd. O julgamento de episódio dramático que aconteceu no ano passado durante uma partida de futebol tem provocado protestos mortas entre a população e a polícia há várias semanas.
O chefe dos serviços de segurança locais, Mohsen Radi, renunciou a seu cargo nesta quarta-feira, uma decisão clara de tentativa de apaziguar a situação nesta cidade localizada no canal de Suez.