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EI retrocede no norte da Síria ante bombardeios da coalizão

Ataques da coalizão internacional e os combates terrestres contra as forças curdas deixaram 78 mortos nas fileiras da organização extremista


	Estado Islâmico: ataques da coalizão internacional e os combates terrestres contra as forças curdas deixaram 78 mortos nas fileiras da organização extremista
 (Afp.com / Jm Lopez)

Estado Islâmico: ataques da coalizão internacional e os combates terrestres contra as forças curdas deixaram 78 mortos nas fileiras da organização extremista (Afp.com / Jm Lopez)

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Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2015 às 14h35.

Beirute - O norte da Síria era palco nesta terça-feira de violentos combates entre o Estado Islâmico e as forças curdas, apoiadas pela coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, que intensificou os bombardeios para fazer os jihadistas retrocederem.

Desde domingo, os ataques da coalizão internacional e os combates terrestres contra as forças curdas deixaram 78 mortos nas fileiras da organização extremista no norte do país em guerra, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Os bombardeios permitiram que as forças curdas expulsassem os jihadistas de aldeias entre as províncias setentrionais de Raqa e Hasaké.

"Intensificamos nossos esforços contra as bases do EI na Síria", declarou o presidente americano, Barack Obama, na noite de segunda-feira, acrescentando que os bombardeios continuarão, dirigidos principalmente contra "as instalações petrolíferas e de gás que financiam muitas das operações" do grupo.

"Campanha de longa duração"

Segundo Obama, os mais de 5.000 bombardeios aéreos realizados no Iraque e na Síria permitiram eliminar "milhares de combatentes, entre eles funcionários de alto escalão do EI".

"Não será rápido. É uma campanha de longa duração", insistiu.

Segundo o secretário americano de Defesa, Ashton Carter, os bombardeios americanos pretendem, acima de tudo, garantir o avanço das forças curdas.

Iniciados em 23 de setembro de 2014, os bombardeios permitiram aos curdos expulsar o EI das cidades de Kobane e de Tall Abyad, na fronteira com a Turquia, e avançar até o coração da província de Raqa, reduto da organização ultrarradical, que decretou há um ano um califado entre Síria e Iraque.

A queda de Tall Abyad representou um duro revés para o EI, que utilizava esta localidade fronteiriça para permitir a passagem a partir da Turquia de armas e combatentes.

Desde segunda-feira, os bombardeios da coalizão também permitiram aos curdos recuperar o controle de mais de dez aldeias entre as províncias de Raqa e Hasaké, após os ataques surpresa dos jihadistas.

"Os aviões da coalizão tiveram um papel eficaz na recuperação de uma localidade e 10 aldeias", indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH, ressaltando que "os bombardeios choviam sobre várias zonas na província de Raqa".

A localidade de Ain Isa, na mesma província, seguia nas mãos do EI, segundo a ONG. Ain Isa foi tomada pelos curdos em 23 de junho, mas o EI, negando-se a aceitar a derrota, a atacou novamente nesta segunda-feira. Por sua vez, os curdos garantiam que havia conseguido expulsar mais uma vez os jihadistas.

Avanço em Aleppo

No front de Aleppo, segunda cidade do país, os combates continuavam a oeste da metrópole, onde duas coalizões rebeldes lançaram uma grande ofensiva na semana passada.

Nesta terça-feira, as forças do regime, apoiadas pelo Hezbollah xiita libanês, tentavam retomar o Centro de Investigações Científicas capturado pelo Fatah Halab (Conquista de Aleppo), uma coalizão de rebeldes considerados moderados.

A conquista deste centro militar estratégico é um dos maiores avanços dos rebeldes em dois anos nesta cidade, já que lhes permite se aproximar pela primeira vez dos bairros do oeste controlados pelo regime.

Nesta zona, 25 combatentes do regime morreram na segunda-feira em um atentado suicida da Frente al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, segundo o OSDH.

A guerra na Síria, que em quatro anos deixou mais de 230.000 mortos, opõe ao mesmo tempo as forças do regime de Bashar al-Assad, rebeldes islamitas e moderados, os combatentes curdos e as forças do EI e de outros grupos jihadistas.

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