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Egito, Israel e Hamas sob pressão após ataque no Sinai

As forças egípcias anunciaram a morte de 20 "terroristas" durante ataques aéreos no Sinai, uma ofensiva pela qual Israel felicitou o Egito

Operação no Sinai: para Israel, a proliferação dos ataques praticados a partir do Sinai deve incitar o Cairo a tomar medidas contra os "grupos terroristas" (©AFP / Stringer)
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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2012 às 14h15.

Jerusalém - O ataque atribuído a ativistas islamitas com um saldo de 16 guardas fronteiriços egípcios mortos coloca sob pressão o Egito, para que retome o controle do Sinai, e Israel, que era alvo direto do comando.

O Egito , que prometeu vingar o ataque de domingo, lançou nesta quarta-feira uma grande operação militar no Sinai para encontrar os responsáveis pelo ataque que tentaram se infiltrar após o atentado em território israelense, antes de serem neutralizados.

As forças egípcias anunciaram a morte de 20 "terroristas" durante ataques aéreos no Sinai, uma ofensiva pela qual Israel felicitou o Egito.

"As organizações extremistas representam uma ameaça para todo o Oriente Médio, e não apenas para o Egito (...) (Os egípcios) se conscientizaram disso e decidiram agir", afirmou nesta quarta-feira um funcionário de alto escalão do ministério israelense da Defesa, Amos Gilad.

Esse ataque aumentou a pressão que existe sobre o Egito para que restabeleça a segurança no Sinai, mas também pode fazer com que o Cairo exija com mais insistência uma revisão parcial do tratado de paz com Israel, que limita sua presença militar na península.

Por outro lado, alguns egípcios temem que este caso agrave as relações entre o campo islamita, do qual provém o presidente egípcio Mohamed Mursi, e o Exército. Efetivamente, surgiram divergências entre estas duas partes sobre a atitude a adotar diante dos palestinos de Gaza e do movimento islamita Hamas, que controla a região e que é ideologicamente próximo ao presidente Mursi.


Quando o presidente Hosni Mubarak estava no poder no Egito, Israel podia contar com sua hostilidade contra os islamitas palestinos. Mas agora a situação política é diferente.

"Este crime vai reforçar as instituições de segurança no Egito (...) e lhe dará argumentos para se opor a sua vontade (de Mursi) de suavizar as restrições de saída dos palestinos de Gaza", disse Emad Gad, do centro Al-Ahram de estudos políticos e estratégicos do Cairo.

O Egito havia suavizado no fim de julho as condições de entrada dos palestinos em seu território, através do posto de Rafah, localizado na fronteira com a Faixa de Gaza. Esta passagem foi imediatamente fechada após o ataque.

Para Israel, a proliferação dos ataques praticados a partir do Sinai deve incitar o Cairo a tomar medidas contra os "grupos terroristas".

"No ano passado, Israel autorizou a entrada de sete batalhões egípcios no Sinai, mas as autoridades egípcias não aproveitaram a ocasião para agir", afirmou o general Dan Harel.

Guy Bechor, especialista em assuntos árabes, considera, por sua vez, que a ameaça proveniente do Sinai obrigará Israel, Egito e o Hamas a cooperar.

"Os três estão sob a ameaça de terroristas internacionais e agora terão que cooperar", escreveu Bechor em seu blog.

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Jerusalém - O ataque atribuído a ativistas islamitas com um saldo de 16 guardas fronteiriços egípcios mortos coloca sob pressão o Egito, para que retome o controle do Sinai, e Israel, que era alvo direto do comando.

O Egito , que prometeu vingar o ataque de domingo, lançou nesta quarta-feira uma grande operação militar no Sinai para encontrar os responsáveis pelo ataque que tentaram se infiltrar após o atentado em território israelense, antes de serem neutralizados.

As forças egípcias anunciaram a morte de 20 "terroristas" durante ataques aéreos no Sinai, uma ofensiva pela qual Israel felicitou o Egito.

"As organizações extremistas representam uma ameaça para todo o Oriente Médio, e não apenas para o Egito (...) (Os egípcios) se conscientizaram disso e decidiram agir", afirmou nesta quarta-feira um funcionário de alto escalão do ministério israelense da Defesa, Amos Gilad.

Esse ataque aumentou a pressão que existe sobre o Egito para que restabeleça a segurança no Sinai, mas também pode fazer com que o Cairo exija com mais insistência uma revisão parcial do tratado de paz com Israel, que limita sua presença militar na península.

Por outro lado, alguns egípcios temem que este caso agrave as relações entre o campo islamita, do qual provém o presidente egípcio Mohamed Mursi, e o Exército. Efetivamente, surgiram divergências entre estas duas partes sobre a atitude a adotar diante dos palestinos de Gaza e do movimento islamita Hamas, que controla a região e que é ideologicamente próximo ao presidente Mursi.


Quando o presidente Hosni Mubarak estava no poder no Egito, Israel podia contar com sua hostilidade contra os islamitas palestinos. Mas agora a situação política é diferente.

"Este crime vai reforçar as instituições de segurança no Egito (...) e lhe dará argumentos para se opor a sua vontade (de Mursi) de suavizar as restrições de saída dos palestinos de Gaza", disse Emad Gad, do centro Al-Ahram de estudos políticos e estratégicos do Cairo.

O Egito havia suavizado no fim de julho as condições de entrada dos palestinos em seu território, através do posto de Rafah, localizado na fronteira com a Faixa de Gaza. Esta passagem foi imediatamente fechada após o ataque.

Para Israel, a proliferação dos ataques praticados a partir do Sinai deve incitar o Cairo a tomar medidas contra os "grupos terroristas".

"No ano passado, Israel autorizou a entrada de sete batalhões egípcios no Sinai, mas as autoridades egípcias não aproveitaram a ocasião para agir", afirmou o general Dan Harel.

Guy Bechor, especialista em assuntos árabes, considera, por sua vez, que a ameaça proveniente do Sinai obrigará Israel, Egito e o Hamas a cooperar.

"Os três estão sob a ameaça de terroristas internacionais e agora terão que cooperar", escreveu Bechor em seu blog.

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