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Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.
A companhia franco-alemã EADS, que controla a fabricante de aviões Airbus, avalia a reestruturação de sua diretoria, com o objetivo de acabar com o sistema de co-presidência. Atualmente, a empresa é dirigida por dois presidentes-executivos: um francês, Louis Gallois, e outro alemão, Thomas Enders. A estrutura foi determinada pelo acordo de acionistas que fundou a EADS, em 2000.
Segundo o jornal britânico Financial Times, o sistema de co-presidência pode ser abolido em três anos, quando Gallois se aposentará, e o contrato de Enders chegará ao fim. Mas a reforma administrativa depende diretamente do sucesso das recentes mudanças na estrutura da Airbus.
Nesta segunda-feira (9/10), Gallois assumiu a presidência-executiva da companhia, no lugar de Christian Streiff, que permaneceu apenas três meses no cargo e deixou a função após entrar em conflito com o conselho de administração. Na ocasião, Gallois criticou a estrutura de co-gestão da EADS, apontada por muitos como principal responsável pelos problemas enfrentados pela Airbus.
Sob o comando de Streiff, a fabricante européia de aviões anunciou planos de cortar cerca de 10 000 vagas, incluindo trabalhadores temporários e terceiros. Gallois afirmou que a intenção está mantida. Além disso, o executivo francês pretende rever o sistema de produção da companhia.
As críticas à gestão da Airbus crescem à medida que seu principal projeto, o lançamento do megajumbo A380 sofre sucessivos atrasos. Com uma carteira de 159 pedidos, a entrega dos primeiros aparelhos já foi postergada duas vezes. A nova estimativa é que as aeronaves entrem em operação comercial somente em 2008. Com isso, alguns clientes já estão revendo suas encomendas, o que pode levar ao cancelamento de pedidos.