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E-mails mostram supostas ameaças a Nisman e sua família

Nisman, promotor especial da causa do atentado contra a Amia, foi encontrado morto no mês passado com um tiro na cabeça em sua casa de Buenos Aires

O promotor Alberto Nisman: as circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas (Marcelo Capece/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 21h23.

Buenos Aires - Vários e-mails revelados nesta quinta-feira mostram supostas ameaças de morte contra o falecido promotor Alberto Nisman e sua família por seu papel na investigação do atentado contra a associação mutual israelita Amia.

"Vai aparecer em uma valeta, cheio de tiros, e suas filhinhas... Nem te contamos. Sabemos tudo delas, seus movimentos ao colégio, ao clube, onde vivem, tudo (...) E diga também a sua ex-mulher que vamos atrás dela", afirma uma das mensagens, datada de fevereiro de 2013 e divulgada hoje pelo portal argentino "Infobae".

O e-mail foi enviado a Nisman pelo endereço anônimo amiayembajada@hotmail.com e termina com as palavras "Viva o Irã. Viva o Hezbollah, viva o Islã. Morte ao sionismo usurpador".

Nisman, promotor especial da causa do atentado contra a Amia, que deixou 85 mortos em 1994, foi encontrado morto no mês passado com um tiro na cabeça em sua casa de Buenos Aires, quatro dias após ter apresentado uma denúncia contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, por suposto acobertamento dos terroristas iranianos responsáveis pelo ataque.

Após pouco mais de um mês de investigação, as circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas.

"Seu governo já negociou para deixar de lado a gloriosa República Islâmica e o Hezbollah. O apoio a você acabou (...). Por mais proteção que tenha, prepare-se. Se não renunciar em 24 horas, olhe bem por onde anda, porque não te resta muito tempo", diz o mesmo texto.

Em outra mensagem anterior, datada de novembro de 2012, o remetente ivanvelazquez@hushmail.com adverte Nisman: "Vamos cumprir a promessa de matar você e sua família, mas antes vamos te destruir pública e midiaticamente. Já conseguimos te afastar da negociação da causa Amia e também conseguimos que a Argentina negocie com o Irã sem sua participação".

Neste caso, o nome do remetente faz referência a um ex-agente de Inteligência investigado pela ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, que cuida de uma causa onde estão acusados os ex-membros dos serviços secretos Juan Bautista Yofre, Ivan Velázquez e Pablo Carpintero como membros de uma quadrilha dedicada à espionagem.

"Você está prestes a ficar sem seu principal sustento nessa causa, já que nós temos seu querido "Jaimito" (em referência ao ex-chefe de Inteligência argentino, Antonio Jaime Stiuso)", acrescenta a mesma mensagem.

Stiuso, colaborador estreito de Nisman na causa Amia, foi afastado de seu cargo pelo governo no final de 2014 e foi um dos convocados para prestar depoimento no caso da morte do promotor.

A procedência destes e-mails está sendo investigada, assim como um exemplar da revista "Notícias", apresentado pela ex-mulher do promotor, no qual uma fotografia de Nisman aparece com um ponto negro na cabeça.

Segundo as perícias, a marca, que simula um disparo, foi acrescentada depois da impressão da revista, que chegou às mãos do atual marido de Arroyo Salgado um dia antes que Nisman fosse encontrado morto.

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Buenos Aires - Vários e-mails revelados nesta quinta-feira mostram supostas ameaças de morte contra o falecido promotor Alberto Nisman e sua família por seu papel na investigação do atentado contra a associação mutual israelita Amia.

"Vai aparecer em uma valeta, cheio de tiros, e suas filhinhas... Nem te contamos. Sabemos tudo delas, seus movimentos ao colégio, ao clube, onde vivem, tudo (...) E diga também a sua ex-mulher que vamos atrás dela", afirma uma das mensagens, datada de fevereiro de 2013 e divulgada hoje pelo portal argentino "Infobae".

O e-mail foi enviado a Nisman pelo endereço anônimo amiayembajada@hotmail.com e termina com as palavras "Viva o Irã. Viva o Hezbollah, viva o Islã. Morte ao sionismo usurpador".

Nisman, promotor especial da causa do atentado contra a Amia, que deixou 85 mortos em 1994, foi encontrado morto no mês passado com um tiro na cabeça em sua casa de Buenos Aires, quatro dias após ter apresentado uma denúncia contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, por suposto acobertamento dos terroristas iranianos responsáveis pelo ataque.

Após pouco mais de um mês de investigação, as circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas.

"Seu governo já negociou para deixar de lado a gloriosa República Islâmica e o Hezbollah. O apoio a você acabou (...). Por mais proteção que tenha, prepare-se. Se não renunciar em 24 horas, olhe bem por onde anda, porque não te resta muito tempo", diz o mesmo texto.

Em outra mensagem anterior, datada de novembro de 2012, o remetente ivanvelazquez@hushmail.com adverte Nisman: "Vamos cumprir a promessa de matar você e sua família, mas antes vamos te destruir pública e midiaticamente. Já conseguimos te afastar da negociação da causa Amia e também conseguimos que a Argentina negocie com o Irã sem sua participação".

Neste caso, o nome do remetente faz referência a um ex-agente de Inteligência investigado pela ex-mulher de Nisman, a juíza Sandra Arroyo Salgado, que cuida de uma causa onde estão acusados os ex-membros dos serviços secretos Juan Bautista Yofre, Ivan Velázquez e Pablo Carpintero como membros de uma quadrilha dedicada à espionagem.

"Você está prestes a ficar sem seu principal sustento nessa causa, já que nós temos seu querido "Jaimito" (em referência ao ex-chefe de Inteligência argentino, Antonio Jaime Stiuso)", acrescenta a mesma mensagem.

Stiuso, colaborador estreito de Nisman na causa Amia, foi afastado de seu cargo pelo governo no final de 2014 e foi um dos convocados para prestar depoimento no caso da morte do promotor.

A procedência destes e-mails está sendo investigada, assim como um exemplar da revista "Notícias", apresentado pela ex-mulher do promotor, no qual uma fotografia de Nisman aparece com um ponto negro na cabeça.

Segundo as perícias, a marca, que simula um disparo, foi acrescentada depois da impressão da revista, que chegou às mãos do atual marido de Arroyo Salgado um dia antes que Nisman fosse encontrado morto.

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