Dois palestinos morrem durante protestos no Dia da Ira
O Ministério palestino de Saúde também informou sobre 60 feridos, todos eles por munição real
EFE
Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 14h35.
Jerusalém - Dois palestinos morreram e outros vários ficaram feridos nesta sexta-feira durante os protestos ocorridos na Cisjordânia e Jerusalém Leste em confrontos por conta da decisão de Donald Trump de reconhecer a Cidade Sagrada como capital de Israel.
O porta-voz do Ministério palestino de Saúde, Ashraf al Qedra, confirmou as duas mortes entre os manifestantes e informou sobre 60 feridos, todos eles por munição real, a maioria com ferimentos na parte inferior do corpo.
Um dos mortos foi identificado como Mahmoud al Masri, de 30 anos e da cidade de Khan Yunis, que morreu após ser atingido por tiros realizados desde Israel.
Centenas de jovens do enclave se dirigiram hoje às fronteiras para enfrentar os soldados após a reza do meio-dia, quando os alto-falantes das mesquitas pediram à população que tome as ruas e se manifeste em apoio a Jerusalém.
Na Cisjordânia e Jerusalém, segundo dados do serviço de emergências Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha), mais de 200 pessoas tiveram que ser atendidas em diferentes pontos da Cisjordânia: 45 delas com feridas por balas, três por golpes e 162 que foram atendidas após inalar gases lacrimogêneos.
O Exército israelense confirmou enfrentamentos em seis pontos da fronteira com Gaza e em múltiplas localidades na Cisjordânia.
"Surgiram protestos violentos em 30 locais ao longo de Judeia e Samaria (Cisjordânia) e da Faixa de Gaza", confirmou o Exército em comunicado no qual precisou que na Cisjordânia cerca de 3 mil pessoas se manifestaram violentamente, queimando pneus, lançando bombas incendiárias e pedras contra as forças de segurança.
Em Ramala, mil pessoas se reuniram no centro da cidade e centenas marcharam depois para o posto militar no norte, onde enfrentaram os soldados.
O xeque Hassam Yousef, líder do movimento islamita Hamas na Cisjordânia, disse à Agência Efe durante o protesto que "a Sexta-feira da Ira é uma resposta a Trump. Marchamos para frear qualquer violação da ocupação contra o nosso povo e os nossos lugares sagrados".
Outro líder do movimento, o xeque Jamal Al Tawil, anunciou que "foi aberta a batalha contra os sionistas".
Na quarta-feira, Trump declarou Jerusalém como capital de Israel, contradizendo décadas de consenso internacional e a posição histórica dos EUA, o que levou os palestinos a rejeitar Washington como mediador em qualquer processo de paz e a convocar para hoje um Dia da Ira.
Em diferentes países árabes e islâmicos ocorreram protestos contra a decisão do presidente americano.