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Divergências entre Irã e grandes potências impedem acordo

Divergências entre o Irã e as grandes potências não permitiram um acordo sobre a questão nuclear


	Usina nuclear no Irã: "divergências são grandes demais", disse representante do Irã
 (Getty Images)

Usina nuclear no Irã: "divergências são grandes demais", disse representante do Irã (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2014 às 16h44.

Teerã - As divergências entre o Irã e as grandes potências não permitiram um acordo sobre a questão nuclear, declarou nesta sexta-feira Abbas Araghchi, um dos principais negociadores iranianos, à televisão estatal após quatro dias de negociações.

"As divergências são grandes demais para começarmos a redigir um texto de acordo", declarou Araghchi, após a última sessão de negociações em Viena entre o Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha).

Ele indicou que as negociações não registraram "progressos tangíveis", mas devem continuar.

"Talvez estivéssemos esperando muito, acreditando que começaríamos a redigir o texto do acordo já nesta primeira reunião", acrescentou.

"É natural não fazer muitos progressos durante esta primeira reunião, mas as duas partes estão determinadas a manter as negociações", garantiu, indicando que "no próximo mês do kordad (22 de maio até 21 de junho) haverá duas reuniões".

E "esperamos chegar a um acordo final antes de 20 de julho, assim como a outra parte, desde que os direitos nucleares da nação iraniana sejam clara e totalmente reconhecidos", disse.

O Irã e as potência do grupo 5+1 realizaram esta semana quatro dias de negociações na esperança de começar a redigir um acordo definitivo para acabar com a crise nuclear iraniana que já dura dez anos.

Segundo o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Ryabkov, as negociações "foram benéficas, mas não houve progressos sobre um texto. Existe o entendimento (da necessidade) de intensificar os contatos".

De acordo com Araghchi, em caso de ausência de consenso, as duas partes terão mais seis meses para prosseguir com as discussões, como previsto no acordo intermediário de Genebra, concluído em novembro de 2013.

O acordo prevê o congelamento parcial das atividades nucleares iranianas, em troca da retirada de parte das sanções internacionais.

"Não é o fim do mundo. Nós conduzimos negociações reais para começarmos a redigir um acordo. As negociações são sérias e vão prosseguir, mas, por enquanto, não houve progressos, o que não significa uma derrota", acrescentou.

Por fim, ele considerou que "a questão do programa militar e de defesa do Irã não é negociável (...) Nós dissemos isso a eles".

Mas, de acordo com uma fonte diplomática ocidental, o Irã precisa "mostrar mais realismo".

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