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Distúrbios aumentam na Ucrânia, ultimato fica sem repressão

Grupo de rebeldes atacou um quartel-general da polícia, depois que uma ameaça de ofensiva militar de forças do governo não se concretizou

Ucranianos pró-Rússia no prédio da prefeitura em Slaviansk: separatistas pró-Rússia querem a realização de referendos, mas somente em suas regiões do leste, o que Kiev diz ser ilegal (Gleb Garanich/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2014 às 14h58.

Slaviansk/Kiev - Separatistas ucranianos pró- Rússia ignoraram nesta segunda-feira um ultimato para abandonar edifícios ocupados no leste do país, e um grupo de rebeldes atacou um quartel-general da polícia, depois que uma ameaça de ofensiva militar de forças do governo não se concretizou.

Os rebeldes na cidade de Slaviansk, que acreditava-se que seriam o alvo principal de uma ampla operação "antiterrorista" do governo nesta segunda envolvendo o Exército, emitiram um chamado ousado para que o presidente russo, Vladimir Putin, os ajude.

O presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, disse nesta segunda que a ofensiva iria adiante mesmo assim. Mas, em um sinal de discórdia nos bastidores em Kiev, ele demitiu o chefe da segurança estatal a cargo da operação.

Turchinov também deu um passo arriscado para tentar minar as exigências dos rebeldes ao aventar a possibilidade de um referendo sobre o formato futuro do Estado ucraniano. Ele insinuou que uma consulta nacional poderia ser feita ao mesmo tempo que as eleições presidenciais de 25 de maio.

Os separatistas pró-Rússia querem a realização de referendos, mas somente em suas regiões do leste, o que Kiev diz ser ilegal.

O levante de homens armados e uniformizados, que ocuparam edifícios em cidades no leste da Ucrânia, começou oito dias atrás e se acelerou nas últimas 48 horas. Os separatistas vêm tomando cada vez mais instalações em nome de uma auto-proclamada "República Popular de Donetsk".

Kiev afirma que os separatistas são organizados por Moscou e incluem tropas russas, procurando repetir abertamente a tomada da região da Crimeia, que Moscou ocupou e anexou no mês passado.

A Rússia diz que os homens armados são gente local agindo por conta própria, mas mantém o direito de intervir para protegê-los. A Otan diz que a Rússia tem dezenas de milhares de soldados reunidos na fronteira.


A União Europeia ameaçou a Rússia com mais sanções. A Grã-Bretanha diz que Moscou está claramente por trás da instabilidade ucraniana, embora outros países da UE tenham dito que se deve dar mais tempo à diplomacia.

Quando o prazo de 9h (3h no horário de Brasília), emitido pelas autoridades de Kiev, expirou, um repórter da Reuters na cidade de Slaviansk, um dos novos epicentros rebeldes onde homens armados ocuparam dois edifícios do governo, não viu nada que mostrasse que os revoltosos estivessem obedecendo o ultimato.

Um dos líderes rebeles, em um apelo emitido através de jornalistas, pediu a Putin que "nos ajude tanto quanto puder".

O Kremlin disse que o presidente russo está ouvindo.

"Infelizmente, há muitos apelos desse tipo vindos do leste da Ucrânia, endereçados diretamente a Putin para intervir desta ou daquela maneira", afirmou o porta-voz Dmitry Peskov. "O presidente está observando o desenrolar dos acontecimentos no leste ucraniano com grande preocupação".

Também em Slaviansk, a cerca de 150 quilômetros da fronteira russa, um pequeno campo aéreo que foi ocupado por aviões da força aérea ucraniana estava vazio nesta segunda-feira, e forças separatistas pró-Rússia disseram estar controlando-o no momento.

Na cidade de Horlivka, entretanto, cerca de 100 separatistas pró-Rússia atacaram o quartel-general da polícia. Vídeos na TV ucraniana mostraram uma ambulância tratando pessoas aparentemente feridas no ataque.

Ao todo, os separatistas ocuparam edifícios governamentais e instalações de segurança em dez cidades, o que aumento a sensação de que o coração industrial da Ucrânia está escapando de seu controle.

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Os rebeldes na cidade de Slaviansk, que acreditava-se que seriam o alvo principal de uma ampla operação "antiterrorista" do governo nesta segunda envolvendo o Exército, emitiram um chamado ousado para que o presidente russo, Vladimir Putin, os ajude.

O presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, disse nesta segunda que a ofensiva iria adiante mesmo assim. Mas, em um sinal de discórdia nos bastidores em Kiev, ele demitiu o chefe da segurança estatal a cargo da operação.

Turchinov também deu um passo arriscado para tentar minar as exigências dos rebeldes ao aventar a possibilidade de um referendo sobre o formato futuro do Estado ucraniano. Ele insinuou que uma consulta nacional poderia ser feita ao mesmo tempo que as eleições presidenciais de 25 de maio.

Os separatistas pró-Rússia querem a realização de referendos, mas somente em suas regiões do leste, o que Kiev diz ser ilegal.

O levante de homens armados e uniformizados, que ocuparam edifícios em cidades no leste da Ucrânia, começou oito dias atrás e se acelerou nas últimas 48 horas. Os separatistas vêm tomando cada vez mais instalações em nome de uma auto-proclamada "República Popular de Donetsk".

Kiev afirma que os separatistas são organizados por Moscou e incluem tropas russas, procurando repetir abertamente a tomada da região da Crimeia, que Moscou ocupou e anexou no mês passado.

A Rússia diz que os homens armados são gente local agindo por conta própria, mas mantém o direito de intervir para protegê-los. A Otan diz que a Rússia tem dezenas de milhares de soldados reunidos na fronteira.


A União Europeia ameaçou a Rússia com mais sanções. A Grã-Bretanha diz que Moscou está claramente por trás da instabilidade ucraniana, embora outros países da UE tenham dito que se deve dar mais tempo à diplomacia.

Quando o prazo de 9h (3h no horário de Brasília), emitido pelas autoridades de Kiev, expirou, um repórter da Reuters na cidade de Slaviansk, um dos novos epicentros rebeldes onde homens armados ocuparam dois edifícios do governo, não viu nada que mostrasse que os revoltosos estivessem obedecendo o ultimato.

Um dos líderes rebeles, em um apelo emitido através de jornalistas, pediu a Putin que "nos ajude tanto quanto puder".

O Kremlin disse que o presidente russo está ouvindo.

"Infelizmente, há muitos apelos desse tipo vindos do leste da Ucrânia, endereçados diretamente a Putin para intervir desta ou daquela maneira", afirmou o porta-voz Dmitry Peskov. "O presidente está observando o desenrolar dos acontecimentos no leste ucraniano com grande preocupação".

Também em Slaviansk, a cerca de 150 quilômetros da fronteira russa, um pequeno campo aéreo que foi ocupado por aviões da força aérea ucraniana estava vazio nesta segunda-feira, e forças separatistas pró-Rússia disseram estar controlando-o no momento.

Na cidade de Horlivka, entretanto, cerca de 100 separatistas pró-Rússia atacaram o quartel-general da polícia. Vídeos na TV ucraniana mostraram uma ambulância tratando pessoas aparentemente feridas no ataque.

Ao todo, os separatistas ocuparam edifícios governamentais e instalações de segurança em dez cidades, o que aumento a sensação de que o coração industrial da Ucrânia está escapando de seu controle.

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