Distúrbio em cidade na Geórgia deixa dezenas de detidos e feridos
Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 30 pessoas foram hospitalizadas, entre elas 15 policiais, embora a maioria já tenha recebido alta
EFE
Publicado em 12 de março de 2017 às 09h30.
Tbilisi - Várias dezenas de manifestantes, entre eles policiais, ficaram feridos e outros tantos foram detidos nos distúrbios que explodiram no sábado à noite na cidade georgiana de Batumi, no Mar Negro.
"A polícia controla plenamente a situação. Foram detidas 40 pessoas que participaram dos distúrbios. Estamos buscando as demais. Não ficarão sem castigo", disse à imprensa neste domingo o ministro do Interior da Geórgia , Gueorgui Mgebrishvili.
Perante a gravidade dos enfrentamentos, que tachou de "inaceitáveis", o ministro se deslocou à cidade, capital da república de Adjara, que se encontra a 380 quilômetros da capital Tbilisi.
Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 30 pessoas foram hospitalizadas, entre elas 15 policiais, embora a maioria já tenha recebido alta.
Os distúrbios explodiram depois que a polícia local deteve seis pessoas por negar-se a pagar uma multa após infringir as regras de trânsito, o que despertou a ira de seus familiares, que fecharam a principal rua da cidade.
Representantes da oposição se uniram ao protesto e então explodiram os distúrbios, durante os quais centenas de manifestantes tombaram carros da polícia, lançaram pedras nos agentes e quebraram várias vidraças.
Os manifestantes também tentaram atacar a maior delegacia local após exigir em vão a demissão do chefe de polícia, mas os agentes antidistúrbios os impediram com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
"As forças especiais atuaram de maneira muito profissional. A ordem pública foi restabelecida", declarou à Agência Efe Levan Koberidze, deputado do partido governante Sonho Georgiano.
As autoridades decidiram pôr em liberdade os detidos para diminuir a tensão, mas advertiram que suas infrações não ficarão impunes.
Ativistas de direitos humanos locais advertem que as autoridades de Tbilisi prestam pouca atenção nos problemas de Adjara, ao mesmo tempo em que tacharam de "injusta" e "ilegal" a detenção dos motoristas.
Enquanto isso, o presidente do país, Giorgi Margvelashvili, pediu calma e uma investigação do incidente, embora tenha admitido que os manifestantes poderiam ter motivos para protestar e ordenou às autoridades que respeitem a liberdade de expressão dos cidadãos.
Tbilisi conseguiu até agora conter as ânsias separatistas da república autônoma de Adjara, ao contrário da Ossétia do Sul e da Abecásia, que alcançaram sua independência com o apoio e reconhecimento da Rússia.