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Dilma cancela reunião de coordenação e rejeita mais espaço ao PMDB

Presidente avisou ao vice-presidente Michel Temer que o partido não terá mais um assento nesse núcleo de decisão do governo

A insatisfação do maior partido da coalizão de Dilma começou com a perda de espaço no primeiro e no segundo escalão do governo (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

A insatisfação do maior partido da coalizão de Dilma começou com a perda de espaço no primeiro e no segundo escalão do governo (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 20h46.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff cancelou a reunião de coordenação política, agendada para a manhã desta segunda-feira, para evitar novos constrangimentos com o PMDB e avisou o vice-presidente Michel Temer que o partido não terá mais um assento nesse núcleo de decisão do governo, como os correligionários do vice têm pedido, segundo fontes ouvidas pela Reuters.

A reunião de coordenação foi substituída na agenda por uma conversa franca entre os ministros da Casa Civil, Antônio Palocci, das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, Dilma e Temer. Desde a semana passada, os peemedebistas reclamam do tratamento que recebem no governo.

O líder do partido na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves, disse que o PMDB agora "é mais governo do que era com Lula" e, por isso, merece mais espaço nos núcleos de decisão política de Dilma.

Contudo, o argumento dos peemedebistas não convenceu Dilma e ela contra-argumentou que se abrisse espaço para o PMDB na coordenação teria que "fazer o mesmo com os demais partidos aliados" e esse não é o espírito do fórum, segundo relevou à Reuters uma das fontes, que não quis ser identificada.

A insatisfação do maior partido da coalizão de Dilma começou com a perda de espaço no primeiro e no segundo escalão do governo e obrigou a presidente a ordenar o congelamento das nomeações, pelo menos até que os partidos aliados entrem num acordo pelos cargos no segundo escalão.

A rebeldia do PMDB ganhou contornos de ameaça quando Alves disse que o partido precisava ser convencido do novo valor do salário mínimo, estipulado em 540 reais por medida provisória pelo governo Lula. O gesto colocou Dilma contra a parede, já que o ônus político de um veto para um salário mínimo maior ficaria com ela.

No início da noite, o vice-presidente disse à Reuters que mantém reuniões periódicas com a presidente para falar sobre política e que a conversa que teve nesta segunda-feira com ela foi mais um desses encontros.

"Nós sempre estamos conversando. Na semana passada conversamos algumas vezes e nesta semana já conversamos uma e vamos continuar conversando", disse Temer.

Questionado se a reunião de coordenação já havia sido remarcada, e com espaço maior para o PMDB, ele afirmou que "ainda não".

Temer se reuniu durante algumas horas em seu gabinete com o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco.

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