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Diageo economiza reduzindo emissões na produção de uísque

Empresa identificou um “ponto quente de carbono” no processo de destilação, que levou à construção de uma usina de energia renovável


	Fábrica da Johnnie Walker: dona da marca, a Diageo está trabalhando para reduzir voluntariamente suas emissões
 (Mike Wilkinson/Bloomberg)

Fábrica da Johnnie Walker: dona da marca, a Diageo está trabalhando para reduzir voluntariamente suas emissões (Mike Wilkinson/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2013 às 23h12.

Washington - O que há em uma garrafa de uísque escocês? Pelo visto, uma grande emissão de carbono. Embora a Diageo Plc, sediada em Londres, não diga exatamente quanto, a maior destilaria do mundo produziu no ano passado 701.000 toneladas de emissões de carbono, equivalente a aproximadamente 272 gramas por cada garrafa vendida ou o que o escapamento de um carro emite durante 1,2 quilômetro.

A dona da marca Johnnie Walker está trabalhando para reduzir voluntariamente suas emissões, a fim de contribuir com sustentabilidade e melhorar seu balanço corporativo. Entre os esforços se encontram uma “avaliação do ciclo de vida” dos produtos do seu famoso uísque escocês blended, uma marca que data de 1860. O estudo exigiu detectar o custo real de fabricar e vender o uísque no que tange ao uso de energia e água, águas residuais, lixo em aterros sanitários e emissões de gás estufa.

A Diageo identificou um “ponto quente de carbono” no processo de destilação do Johnnie Walker - descoberta que levou à construção de uma usina de energia renovável na sua planta Roseisle, em Speyside, Escócia. Agora, a destilaria consome metade do combustível fóssil de uma destilaria convencional, economizando uma estimativa de 900.000 libras esterlinas (US$ 1,42 milhões) por ano para a companhia.

Terminado no final de 2010, o projeto faz parte da meta da Diageo para reduzir suas emissões de gás estufa até 50 por cento abaixo da base de 2007 até 2015.

A companhia reduziu suas emissões de carbono em 4,1 por cento em 2012, e já está 26,3 por cento abaixo dos níveis de 2007, segundo seu último relatório de sustentabilidade, publicado em 12 de agosto.

Com a economia de custos, a redução de emissões e a incorporação de mais energia limpa, a Diageo vê esses esforços “como uma vantagem competitiva no longo prazo”, disse Michael Alexander, diretor global de políticas e comunicações, em uma entrevista.

Metas de emissões

A companhia não é a única: mais de 80 por cento das 500 maiores companhias de capital aberto contribuíram com relatórios sobre emissões de carbono em 2012 para a Carbon Disclosure Project, uma organização britânica sem fins de lucro. Quase 70 por cento das companhias no S&P 500 fizeram o mesmo, segundo dados do CDP.


Outro sinal de que não se trata de um simples disfarce é o fato de que muitos grupos ecológicos estão monitorando a produção de carbono das corporações e ajudando os executivos a estabelecer e cumprir metas.

O World Wildlife Fund, que assessora dúzias de companhias sobre problemas climáticos, estima que as companhias que entraram no seu programa de proteção ambiental tenham reduzido suas emissões em 100 milhões de toneladas até maio de 2012 – o dobro da produção de CO² da Suíça.

O argumento mais persuasivo para que as corporações reduzam suas emissões é que faz sentido financeiramente. Um relatório recente do WWF e da CDP, com análises da McKinsey Co., demonstrou que as companhias podem cumprir as metas de poluição do governo americano e economizar o equivalente a US$ 190 bilhões para 2020.

Gastos supérfluos

O relatório, com o título “The 3 Percent Solution: Driving Profits Through Carbon Reduction”, surge do sucesso experimentado pelas companhias na redução do desperdiço de gastos e operações.

É a poupança “que realmente impulsionou muitas mudanças no comportamento corporativo”, explica Don Reed, diretor de soluções comerciais sustentáveis na PricewaterhouseCoopers, em Boston.

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia e citada pela Diageo no seu relatório de 2012 para a CDP sugere que os mercados escutam quando as companhias falam em carbono. O estudo concluiu em 2012 que “as decisões ecológicas divulgadas voluntariamente pelos gerentes produzem efeitos positivos para os acionistas” e que as companhias menores, que contam com informação pública mais limitada, são as mais beneficiadas.

O diretor da pesquisa, Paul Griffin, e seus colegas consideram que em linhas gerais os investidores recompensam as companhias por uma boa gestão de poluição carbônica. “Estamos observando um impacto positivo nos preços das ações”, disse Griffin.

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