Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un: o karaokê é uma atividade muito popular tanto na Coreia do Sul como na Coreia do Norte (REUTERS/KCNA)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2015 às 07h23.
Seul - Um deputado da Coreia do Sul alertou para a presença de canções que glorificam os líderes da dinastia Kim em salões de karaokê de Seul, onde está proibida a apologia ao regime comunista norte-coreano, informou nesta sexta-feira a emissora sul-coreana "SBS".
"Longa vida ao Grande Líder" e "Nossa felicidade floresce sob o amor do líder" são dois exemplos das centenas de canções oferecidas pelas máquinas de karaokê de alguns clubes da capital e que fizeram saltar os alarmes entre os círculos conservadores do país.
O deputado Hong Moon-pyo, do partido governante Saenuri, denunciou a situação na quinta-feira na Assembleia Nacional e exigiu uma investigação por considerar que as canções violam a estrita Lei de Segurança Nacional da Coreia do Sul.
Aprovada em 1948 para combater o comunismo, a Lei de Segurança Nacional proíbe qualquer atividade "contra o Estado" que pretenda louvar, encorajar ou fazer propaganda dos ideais políticos da vizinha Coreia do Norte, e contempla castigos que vão de multas econômicas à prisão.
As máquinas em questão estão presentes em salões de karaokê de alguns bairros em pleno coração de Seul como Yeongdeungpo e Guro frequentados por imigrantes chineses de etnia coreana, um coletivo que inclui muitos descendentes de norte-coreanos.
O fabricante é uma empresa sul-coreana chamada Geumyoung e, a princípio, os aparelhos foram concebidos exclusivamente para sua exportação a clubes de karaokê da China.
No entanto, parte das máquinas retornaram a Coreia do Sul por motivos desconhecidos e atualmente é possível adquiri-las facilmente pela internet, segundo a emissora "SBS"
O karaokê é uma atividade muito popular tanto na Coreia do Sul como na Coreia do Norte, e neste último país a maioria das canções populares contêm mensagens de propaganda do regime stalinista da dinastia Kim.