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Depois das reuniões com Trump, Macron fala ao Congresso americano

Segundo os assessores franceses, Macron vai falar sobre as relações históricas entre França e EUA, a degradação do planeta e a ameaça terrorista

Trump e Macron: os presidentes conversaram sobre o acordo nuclear do Irã, a Guerra na Síria e a crise imigratória (Carlos Barria/Reuters)

Trump e Macron: os presidentes conversaram sobre o acordo nuclear do Irã, a Guerra na Síria e a crise imigratória (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 25 de abril de 2018 às 10h52.

Última atualização em 25 de abril de 2018 às 10h53.

O presidente francês Emmanuel Macron pronunciará um discurso nesta quarta-feira no Congresso dos Estados Unidos, onde vai expor sua própria visão de mundo, depois de alternar duras discussões e exuberantes demonstrações de cortesia com o colega Donald Trump.

O líder francês de 40 anos começará o dia com um discurso solene no prédio do Capitólio, em Washington, ante os 100 senadores e os 435 deputados americanos.

Essa honra já foi concedida a vários chefes de Estado franceses, e Macron falará exatamente 58 anos depois do discurso do general de Gaulle.

Segundo assessores da presidência francesa, Macron evocará as relações históricas entre França e Estados Unidos, mas confrontadas com novos desafios, como o crescimento da desigualdade, a degradação do planeta e a ameaça terrorista.

Depois de visitar a biblioteca do Congresso, será recebido pelo presidente da Câmara de Representantes, Paul Ryan.

Posteriormente, falará com os estudantes da Universidade George Washington.

Macron terá uma agenda mais calma, depois das discussões diplomáticas da véspera com Trump, especialmente árduas sobre o acordo nuclear com o Irã.

Tapas e beijos

Os dois discordaram em vários pontos, mas acabaram defendendo a negociação de um novo acordo com o Irã sobre sua política nuclear para resolver os problemas que ficaram pendentes no pacto assinado em 2015.

Macron chegou a Washington para uma visita de Estado de três dias tendo como destaque na agenda a urgência de convencer Trump a não romper unilateralmente o acordo com o Irã.

Ao final das reuniões entre os dois chefes de Estado, no entanto, Trump pareceu animado com a ideia de um "novo acordo com fundamentos sólidos", porque o que está em vigor tem "fundamentos em decomposição".

Trump tem até 12 de maio para emitir uma posição oficial da Casa Branca sobre o cumprimento ou não do Irã dos compromissos assumidos no acordo de 2015.

Se Trump decidir que o Irã não está cumprindo com suas obrigações, o próximo passo poderia ser uma ruptura unilateral do pacto, um gesto de consequências imprevisíveis.

O clima de distensão entre os dois líderes chegou ao ponto de que, em determinado momento, no Salão Oval, Trump quebrou o protocolo removendo o que parecia ser poeira da lapela do terno de Macron.

"Temos uma relação tão especial que vou remover essa pequena sujeira", disse Trump, sacudindo a lapela de Macron com uma das mãos. "Ele tem que estar perfeito. Ele é perfeito", disse Trump.

A relação de intimidade entre os dois presidentes chamou a atenção em razão dos muitos abraços e apertos de mão entre eles. Trump recebeu o líder francês com dois beijos na bochecha.

 

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