O presidente da CUT defendeu ainda um processo permanente de negociação entre as empresas e os trabalhadore (Fernanda Preto/Veja)
Da Redação
Publicado em 23 de março de 2011 às 16h25.
São Paulo - O presidente da Central Única dos Trabalhadores, Arthur Henrique se reuniu hoje com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para pedir intervenção direta do governo na solução dos problemas nos canteiros de obras das empreiteiras que participam da construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio (RO) e demais obras que recebem recursos do governo, espalhadas pelo País. "Hoje não existe contrapartida social das empresas", queixou-se Arthur Henrique, salientando que é preciso que sejam retomadas as negociações entre as centrais sindicais e as empresas responsáveis pelas obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
"Apresentamos documento ao governo mostrando que nós já tínhamos realizado, no final do ano passado, reunião, via Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, via Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil e Associação Brasileira das Indústrias de Transformação, com as centrais sindicais, para discutir condições de trabalho das obras do PAC", afirmou o sindicalista.
Artur Henrique confirmou para a próxima terça-feira, em Brasília reunião entre as empreiteiras, o governo, as centrais sindicais e o Ministério Público do Trabalho para discutir as condições de trabalho das obras do PAC, não só em Jirau e Santo Antônio, mas em todas as obras programadas para a Copa do Mundo, Olimpíada, Programa Minha Casa, Minha Vida e Trem Bala, entre outras. A reunião já tinha sido anunciada na manhã de hoje pelo presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), que também se reuniu com Gilberto Carvalho para tratar do mesmo assunto.
O presidente da CUT defendeu ainda um processo permanente de negociação entre as empresas e os trabalhadores, além de uma fiscalização eficaz por parte dos órgãos do governo para evitar que os maus tratos aos empregados continuem a ocorrer. "Não há um posicionamento claro por parte das empresas em relação ao tratamento aos empregados", disse o presidente da CUT, ao comentar que há diferenças entre os tratamentos nos casos de Jirau e Santo Antônio.
No caso da Camargo Corrêa, responsável por Jirau, ele disse que a terceirização que a empresa promove é muito prejudicial aos empregados, já que as terceirizadas não respeitam a legislação trabalhista e não há fiscalização.