Erbil - O Parlamento do Curdistão iraquiano aprovou nesta quarta-feira o envio de combatentes para lutar contra os jihadistas em Kobane, enquanto o presidente turco criticou duramente Washington por ter lançado armas naquela cidade curda da Síria.
Reunidos em Erbil, os representantes eleitos da província autônoma do Curdistão "decidiram enviar forças para defender Kobane", a terceira maior cidade curda na Síria, declarou o presidente do Parlamento, Mohammed Yussef Sadek.
A aprovação segue à decisão anunciada na segunda-feira pela Turquia de permitir a passagem através de sua fronteira dos peshmergas, combatentes curdos iraquianos, para ajudar a defender Kobane dos jihadistas do Estado Islâmico (EI).
Nenhuma indicação foi dada sobre o número de peshmergas que poderia ser enviado ou sobre quando chegarão à cidade sitiada.
Estes combatentes tiveram um papel crucial na luta contra os jihadistas no norte do Iraque em junho.
Ancara, que tem boas relações com o presidente da região autônoma, Massud Barzani, concordou em permitir apenas o trânsito dos peshmergas, excluindo a passagem de curdos turcos e de outras nacionalidades.
Os curdos que defendem Kobane, membros das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), exigem há semanas um aumento do apoio externo para conter o avanço jihadistas, em maior número e melhor armados do que eles.
Na madrugada desta quarta-feira, violentos combates foram registrados entre as forças curdas e o EI, que "tenta avançar no sudeste, leste e sudoeste da cidade", segundo informou uma autoridade local, Idriss Nassen.
De acordo com Nassen, os agressores foram parados "pelas YPG, que resistem ferozmente".
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) indicou na terça-feira que o EI estaria mobilizando reforços devido as perdas sofridas nos combates dos últimos dias em Kobane.
Decisão ruim
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan criticou nesta quarta-feira a decisão dos Estados Unidos de lançar armas às forças curdas de Kobane.
Erdogan afirmou que as armas caíram nas mãos do EI e do Partido da União Democrática (PYD), um grupo sírio curdo que Ancara não apoia.
"Agora está claro que (a decisão) foi um erro", disse à imprensa em Ancara.
"Não compreendo o motivo de Kobane ter uma importância estratégica tão grande aos olhos dos americanos. Não há mais civis na cidade", acrescentou Erdogan.
Apesar da pressão dos Estados Unidos, o governo conservador islâmico de Ancara se recusa a intervir militarmente para ajudar os combatentes curdos sírios nesta cidade que se tornou o símbolo da resistência aos jihadistas.
Neste contexto, os aviões da coalizão intensificaram nos últimos dias os ataques no interior e nas imediações de Kobane. Seis novos ataques foram realizados nesta quarta-feira.
A violência na região provocou a fuga de mais de 300.000 pessoas e já matou cerca de 700 outras, segundo o OSDH.
Ainda na Síria, a guerra civil continua com o regime de Bashar al-Assad tentando reconquistar zonas tomadas pelos rebeldes ou pelo EI.
As autoridades anunciaram a destruição de dois dos três aviões apreendidos pelos jihadistas durante a tomada de aeroportos militares.
"Os terroristas fizeram três velhos aviões decolar, mas nossos aparelhos destruíram dois deles imediatamente. O terceiro foi escondido", explicou o ministro da Informação, Omrane al-Zohbi.
Além disso, o ministro indicou que "o Estado com suas forças militares e seus aviões proporcionaram apoio militar e logístico e armas e munições à cidade curda de Kobane" em sua luta contra o EI.
No Iraque, onde cerca de 1,8 milhão de pessoas precisou se deslocar devido à ofensiva jihadista desde o início do ano, os estudantes retornaram às escolas com um mês de atraso em várias escolas onde refugiados de todo o país encontraram refúgio.
Nas regiões ainda sob controle do governo, as autoridades "precisaram de tempo para preparar as escolas ocupadas pelos deslocados", atrasando o reinicio das aulas inicialmente previstas para 21 de setembro, segundo a porta-voz do ministério da Educação, Salama al-Hassan.
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1. O poder dos radicais
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1/22 (Reuters)
São Paulo -- Os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (
EIIL) vêm exibindo uma variedade impressionante de armas. Muitas foram capturadas do próprio exército iraquiano, que os extremistas derrotaram em diversas batalhas no norte do país. Veja alguns equipamentos bélicos que já foram vistos em poder do EIIL.
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2. Tanques T-55
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2/22 (John Harwood / Wikimedia Commons)
Os T-55 são tanques russos que os extremistas teriam capturado das forças iraquianas. Seguem o desenho básico do T-54, tanque soviético desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mundial. Há variantes do T-55 com mira a laser, controle de tiro computadorizado, sistemas avançados de radiocomunicação e armadura explosiva, que repele projéteis antitanques.
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3. Tanque M-1 Abrams
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3/22 (D. W. Holmes II / US Navy / Wikimedia Commons)
Os americanos já enviaram centenas de tanques M1 Abrams ao Iraque. Segundo
relatos, o EIIL teria capturado alguns deles. O Abrams pesa quase 70 toneladas e é movido por uma potente turbina a gás. É um tanque avançado, com uma rede de sensores que alimentam um computador de bordo capaz de calibrar os disparos com precisão.
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4. Canhão 59-1
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4/22 (Lance Lanham / US Army / Wikimedia Commons)
Há relatos de EIIL teria canhões do tipo 59-1, capturados do exército iraquiano. Trata-se da cópia chinesa de um canhão russo desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mundial. O original tinha alcance superior a 27 quilômetros. Durante muitos anos, foi o canhão rebocável com maior alcance no mundo.
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5. Canhão antiaéreo ZU-23-2
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5/22 (Serge Serebro / Vitebsk Popular News / Wikimedia Commons)
O ZU-23-2 é um canhão antiaéreo duplo projetado no final da década de 1950 na União Soviética. Dispara balas de 23 milímetros de diâmetro a até 2,5 km de distância. Pode derrubar aviões e helicópteros ou atingir alvos terrestres. O exército iraquiano tem unidades fabricadas na Bulgária e na Polônia. Segundo relatos, algumas delas foram parar nas mãos do EIIL.
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6. Canhão antiaéreo tipo 65/74
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6/22 (Joe Mabel / Wikimedia Commons)
Um vídeo de propaganda do EIIL mostra um canhão antiaéreo que especialistas dizem ser uma arma chinesa tipo 65 ou 74 (o 74 é uma versão aperfeiçoada do 65). É um canhão de 37 milímetros com dois canos, derivado de um antigo projeto soviético. A versão original disparava 60 balas por minuto a até 8,5 km de distância.
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7. Mísseis terra-ar
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7/22 (US Army / Wikimedia Commons)
Combatentes do EIIL foram vistos com pequenos mísseis terra-ar conhecidos como MANPADS. Eles são disparados de um lançador tubular portátil, que é apoiado no ombro do soldado, e podem derrubar helicópteros voando baixo. Há inúmeras variantes dessas armas. Muitas não são guiadas, mas as mais avançadas são orientadas por raios infravermelhos ou por laser.
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8. Míssil antitanque Hongjian-8
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8/22 (Kizilsungur / Wikimedia Commons)
O míssil Hongjian-8 (ou HJ-8) é um projeto chinês dos anos 80. É fabricado na China e no Paquistão. O míssil é disparado de um lançador tubular e guiado por um fio até o alvo. É capaz de destruir as blindagens ativas de tanques, que usam explosivos para defletir projéteis. Tem sido usado ocasionalmente na guerra civil Síria.
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9. Lança-foguetes RPG-7
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9/22 (Kenneth Lane / US Marine Corps / Wikimedia Commons)
O lança-foguetes russo RPG-7 é uma das armas antitanque mais usadas no mundo. É apreciado no campo de batalha por ser confiável e relativamente fácil de usar. É disparado apoiado sobre o ombro do soldado. A munição é uma granada-foguete não guiada, capaz de atingir alvos a até 200 metros de distância.
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10. Metralhadora DShK
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10/22 (Erwin Franzen / Wikimedia Commons)
A DShK é uma peça de museu, mas é mortal. Foi desenvolvida pela União Soviética no final da década de 1930 e chegou a ser usada na Segunda Guerra Mundial. Essa metralhadora pesada dispara 600 balas de 12,7 mm de diâmetro por minuto. Segundo relatos, o EIIL teria algumas delas montadas em caminhões.
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11. Metralhadora M240
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11/22 (Eric Powell / US Navy / Wikimedia Commons)
A M240 é uma metralhadora de médio porte projetada na Bélgica e usada pelas forças armadas americanas desde o final dos anos 70. Dispara entre 750 e 950 balas por minuto e tem alcance de até 1,8 km. É comum vê-la montada em tanques e outros veículos de combate.
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12. Metralhadora M60
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12/22 (US Department of Defense / Wikimedia Commons)
A M60 é usada desde 1957 pelas forças armadas americanas. Mas é capaz de fazer estragos. Ela dispara mais de 500 balas (de 7,62 mm de diâmetro) por minuto e atinge alvos a mais de 1 quilômetro de distância. Em geral, é operada por dois ou três soldados. Enquanto um puxa o gatilho, os outros vigiam os alvos e municiam a arma.
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13. Fuzil M16
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13/22 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)
O M16, fuzil automático leve do exército americano, é uma das armas vistas nas mãos dos combatentes do EIIL. É derivado do AR-15, projetado em 1956. Estima-se que 8 milhões de unidades do M16 já tenham sido fabricadas. Dessas, 90% seguem em uso em mais de 80 países. Com 1 metro de comprimento, o fuzil pesa 4 kg e é capaz de matar alguém a mais de 500 metros de distância.
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14. Carabina M4
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14/22 (James Harper Jr. / US Army / Wikimedia Commons)
A carabina M4 é a versão mais curta (84 cm) e mais leve (3,4 kg quando carregada com 30 balas) do fuzil M16. Foi adotada pelo exército americano em 1994 e é muito usada para combate em áreas urbanas. Tem coronha telescópica, o que permite encolhê-la para 76 cm.
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15. Lança-granadas M203
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15/22 (Exército da Austrália / Wikimedia Commons)
O M203 é um lança-granadas que funciona acoplado sob o cano de um fuzil ou carabina. Ao invadir uma casa, por exemplo, o soldado pode disparar a granada para explodir a porta ou a parede e, depois, matar as pessoas com o fuzil. O acessório pesa1,36 kg.
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16. Caminhões MRAP
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16/22 (US Marine Corps / Wikimedia Commons)
Os chamados MRAPs (sigla de “mine-resistant ambush protected”, resistente a minas e emboscadas) são caminhões capazes de suportar explosões de minas e artefatos improvisados. Também resistem a tiros de armas leves. Foram extensamente usados para transporte de tropas durante a Guerra do Iraque. E parece que o EIIL conseguiu obter alguns.
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17. Carro blindado M113
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17/22 (Jason McCree / USAF / Wikimedia Commons)
O carro blindado M113 é outro projeto antigo. Foi muito usado em combates no Vietnã. Em conflitos mais recentes, como a Guerra do Iraque, foi empregado para transporte de soldados e feridos. É um veículo anfíbio com blindagem leve, capaz de resistir a tiros de armas de mão. Alguns são equipados com uma ou mais metralhadoras na parte superior.
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18. Humvees
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18/22 (Eric Harris / US Air Force / Wikimedia Commons)
O Humvee é a versão moderna do jipão militar. Pode carregar uma variedade de armas, como metralhadoras e lança-granadas. O exército iraquiano possui muitos desses veículos que também foram usados pelos americanos na região. O EIIL divulgou fotos de Humvees que o grupo teria apreendido e enviado à Síria.
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19. Uniformes high tech
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19/22 (Brandon Aird / U.S. Army / Wikimedia Commons)
O EIIL divulgou vídeos de soldados usando uniformes e coletes à prova de balas americanos. São roupas com proteções feitas de Kevlar KM2, um compósito extremamente resistente. Não se sabe quantas unidades os jihadistas possuem.
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20. Visão noturna
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20/22 (US Department of Defense / Wikimedia Commons)
Vídeos do EIIL também mostram soldados com dispositivos de visão noturna AN/PVS-7. Esses equipamentos, desenvolvidos nos Estados Unidos nos anos 80, amplificam a luz entre 30 mil e 50 mil vezes, permitindo que o soldado enxergue no escuro. Não se sabe quantas unidades estão nas mãos dos extremistas e nem se elas estão em condições de uso.
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21. UH-60 Black Hawk
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21/22 (Suzanne Jenkins / USAF / Wikimedia Commons)
Segundo alguns relatos, quando os extremistas tomaram o aeroporto de Mossul, no Iraque, havia helicópteros americanos Black Hawk lá. Nenhum foi visto voando depois da captura. É possível que tenham sido danificados. Mas alguns especialistas afirmam que eles não voam porque o EIIL não tem pessoas treinadas para pilotá-los.
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22. Agora veja uma amostra do poderio bélico americano:
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22/22 (US Air Force)