Papa Francisco em Cuba: "Pedimos ao Papa a paz e tranquilidade, que o mundo de una, e que nos ajude a recuperar a base" (REUTERS/Stringer)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2015 às 14h41.
Cubanos de Guantánamo que participaram nesta segunda-feira da missa do Papa Francisco em Holguín pediram a ajuda do pontífice para recuperar a base naval americana na baía da ilha de Cuba.
"Pedimos ao Papa a paz e tranquilidade, que o mundo de una, e que nos ajude a recuperar a base", declarou à AFP Noel Perez, um construtor de 54 anos que vive em Caimanera, vila "ao lado da base naval" americana.
"Sim, que a devolvam, é nossa", gritou uma mulher do mesmo grupo de Gonzalez, que viajou toda a noite de ônibus de Caimanera para participar da missa papal em Holguin, no nordeste de Cuba.
O futuro da base de Guantánamo, arrendada desde 1903 por Washington sem uma data de rescisão do contrato, é uma das questões sensíveis do processo de normalização das relações entre os dois países, depois do restabelecimento das relações diplomáticas, em 20 de julho.
Cuba exige a devolução do território de 117 km/2, mas Washington diz que "não tem a intenção de alterar o contrato de arrendamento" e que a questão não faz parte das discussões em curso com Havana.
"Francisco é o terceiro papa a visitar-nos em Cuba, mas é o primeiro latino-americano e pode nos ajudar a obter a base", disse Norales Mendoza, de 45 anos.
"Ele (o Papa) tem mediado nas relações entre Cuba e os Estados Unidos, e pode continuar a fazê-lo e conseguir a recuperação da base", considerou Ariel Borrego, de 19 anos, que estuda matemática na faculdade.
"Agradecemos ao Papa por tudo o que tem defendido, a mudança do sistema capitalista, entre outras coisas", disse o estudante.
O vigário da Diocese de Holguín, Arnaldo Aldama, que também é guantanamero, admitiu sua preocupação com a questão da base americana em sua província natal: "Estou preocupado com tudo o que vai contra a nação cubana", disse à AFP .