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Cuba se prepara para a chegada do furacão Oscar, após segunda noite de apagão

País passou a segunda noite sem luz devido a uma pane na sexta-feira na principal termelétrica que causou o colapso da rede

Letreiro iluminado em rua escura de Havana: país enfrenta segundo dia sem luz (AFP/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 20 de outubro de 2024 às 12h16.

Após uma segunda noite de apagão quase total, Cuba corre contra o tempo neste domingo, 20, para se preparar para a chegada iminente do furacão Oscar no leste da ilha.

Oscar se move pelo Caribe na direção oeste-sudoeste a cerca de 19 km/h, com ventos de até 130 km/h. Às 12h GMT (9h no horário de Brasília) estava a cerca de 185 km de Guantánamo, segundo o último relatório do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).

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O alerta de furacão continua em vigor para o sudeste das Bahamas e para a costa norte das províncias cubanas de Holguín e Guantánamo, no leste.

Oscar chega a Cuba em plena crise energética, que passou a segunda noite sem luz devido a uma pane na sexta-feira na principal termelétrica que causou o colapso da rede.

O presidente Miguel Díaz Canel disse no sábado na rede X que "trabalhos estavam em andamento para proteger as pessoas e os recursos econômicos, dada a iminência do furacão Oscar".

"A situação energética" da ilha também está sendo discutida, acrescentou.

O país ficou sem energia elétrica a partir das 11h locais (12h em Brasília) de sexta-feira, após o desligamento inesperado da central termoelétrica Antonio Guiteras, a principal da ilha e localizada em Matanzas (oeste).

Dificuldade atrás de dificuldade

"Este apagão dificultou muito a vida dos cubanos. A situação é muito difícil, mas tento manter a calma, porque já existe muito estresse neste país", disse à AFP Yaima Valladares, uma dançarina de 28 anos.

A dona de casa Isabel Rodríguez, 72 anos, reclama de não conseguir dormir. "Como é que as nossas vidas não serão afetadas, se não tivermos nada, nem mesmo os motores hidráulicos podem ligar", disse ela.

Apenas hotéis, hospitais e algumas residências particulares que possuem geradores próprios tinham eletricidade.

"As pessoas estão um pouco chateadas por ficarem tanto tempo sem energia e só Deus sabe quando vão religar", disse Rafael Carrillo, mecânico de 41 anos, que disse ter caminhado quase cinco quilômetros por falta de transporte.

"Você fica quatro ou cinco horas esperando o ônibus, quando chega está lotado e não para", diz ele, cansado, diante da quase ausência de transporte público.

Na quinta-feira, Díaz-Canel disse que a crise se deve à dificuldade de aquisição do combustível necessário ao sistema elétrico, devido ao embargo que Washington aplica à ilha desde 1962.

Nesse mesmo dia, o governo anunciou a paralisação dos trabalhos em estatais para enfrentar a crise que nas últimas semanas deixou a população de várias províncias sem energia elétrica até 20 horas por dia.

Os cubanos sofrem há três meses com apagões prolongados, com um déficit de até 30% na cobertura nacional. Na quinta-feira, um dia antes do apagão total, chegou a 50%.

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