Crise na Grécia se agrava após pedido de referendo
Primeiro-ministro grego é criticado por aliados pela medida e queda do governo não está descartada
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2011 às 14h52.
Atenas - O primeiro-ministro da Grécia , George Papandreou, enfrentava pedidos por sua renúncia dentro do próprio partido nesta terça-feira, depois de convocar um referendo sobre o acordo de ajuda externa fechado na semana passada.
Um proeminente parlamentar do Partido Socialista de Papandreou deixou o cargo, enquanto outros dois disseram que a Grécia precisa de um governo de união nacional seguido de eleições antecipadas, algo também exigido pela oposição.
Os líderes de Alemanha e França lutavam para limitar os danos da crise para a zona do euro. Outros políticos europeus expressaram incredulidade com o anúncio que surpreendeu a todos -- inclusive o próprio ministro das Finanças de Papandreou.
Executivos gregos expressavam desespero sobre como o país está sendo administrado e os mercados especulavam se a Itália será o próximo país a entrar na crise de dívida.
Jean-Claude Juncker, que preside as reuniões de ministros das Finanças da zona do euro, não quis descartar a possibilidade de um calote grego.
"O primeiro-ministro grego tomou essa decisão sem discuti-la com seus colegas europeus", disse ele em Luxemburgo.
Perguntado se um "não" no referendo significaria bancarrota para a Grécia, Juncker respondeu: "Eu não posso descartar que este seria o caso, mas depende de como exatamente a questão é formulada e do que o povo grego votará sobre."
Renúncias
Papandreou disse que precisava de mais apoio político para os cortes orçamentários e as reformas estruturais exigidas pelos credores internacionais.
Mas seus problemas aumentaram drasticamente. Uma reunião de governo deve ser realizada nesta terça-feira.
A parlamentar Milena Apostolaki deixou o cargo, reduzindo a maioria de Papandreou para apenas 152 assentos de 300 antes de um voto de confiança.
'Eles devem estar loucos'
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, conversará com a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta terça-feira. Enquanto isso, o humor azedava na Grécia sobre a ideia de referendo.
"Eles devem estar loucos... isso não é jeito de se administrar um país", disse o executivo sênior de uma das maiores empresas da Grécia, que não quis ser identificado.
Pela zona do euro, políticos reclamavam, dizendo que Atenas está tentando estragar o pacote de resgate. Eles se preocupam menos sobre o destino da Grécia e mais sobre as possíveis consequências para a união monetária após o referendo.
Um parlamentar alemão sugeriu que a zona do euro pode deixar Atenas à deriva, cortando sua ajuda financeira e permitindo que a nação dê calote em suas dívidas enormes. "Para mim, isso faz parecer que alguém está tentando escapar do que foi combinado -- uma coisa estranha a se fazer", disse Rainer Bruederle, líder na coalizão de Merkel.
Atenas - O primeiro-ministro da Grécia , George Papandreou, enfrentava pedidos por sua renúncia dentro do próprio partido nesta terça-feira, depois de convocar um referendo sobre o acordo de ajuda externa fechado na semana passada.
Um proeminente parlamentar do Partido Socialista de Papandreou deixou o cargo, enquanto outros dois disseram que a Grécia precisa de um governo de união nacional seguido de eleições antecipadas, algo também exigido pela oposição.
Os líderes de Alemanha e França lutavam para limitar os danos da crise para a zona do euro. Outros políticos europeus expressaram incredulidade com o anúncio que surpreendeu a todos -- inclusive o próprio ministro das Finanças de Papandreou.
Executivos gregos expressavam desespero sobre como o país está sendo administrado e os mercados especulavam se a Itália será o próximo país a entrar na crise de dívida.
Jean-Claude Juncker, que preside as reuniões de ministros das Finanças da zona do euro, não quis descartar a possibilidade de um calote grego.
"O primeiro-ministro grego tomou essa decisão sem discuti-la com seus colegas europeus", disse ele em Luxemburgo.
Perguntado se um "não" no referendo significaria bancarrota para a Grécia, Juncker respondeu: "Eu não posso descartar que este seria o caso, mas depende de como exatamente a questão é formulada e do que o povo grego votará sobre."
Renúncias
Papandreou disse que precisava de mais apoio político para os cortes orçamentários e as reformas estruturais exigidas pelos credores internacionais.
Mas seus problemas aumentaram drasticamente. Uma reunião de governo deve ser realizada nesta terça-feira.
A parlamentar Milena Apostolaki deixou o cargo, reduzindo a maioria de Papandreou para apenas 152 assentos de 300 antes de um voto de confiança.
'Eles devem estar loucos'
O presidente francês, Nicolas Sarkozy, conversará com a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta terça-feira. Enquanto isso, o humor azedava na Grécia sobre a ideia de referendo.
"Eles devem estar loucos... isso não é jeito de se administrar um país", disse o executivo sênior de uma das maiores empresas da Grécia, que não quis ser identificado.
Pela zona do euro, políticos reclamavam, dizendo que Atenas está tentando estragar o pacote de resgate. Eles se preocupam menos sobre o destino da Grécia e mais sobre as possíveis consequências para a união monetária após o referendo.
Um parlamentar alemão sugeriu que a zona do euro pode deixar Atenas à deriva, cortando sua ajuda financeira e permitindo que a nação dê calote em suas dívidas enormes. "Para mim, isso faz parecer que alguém está tentando escapar do que foi combinado -- uma coisa estranha a se fazer", disse Rainer Bruederle, líder na coalizão de Merkel.