Credibilidade do mundo está em xeque na Síria, diz EUA
Obama tenta obter o máximo de apoio, nos Estados Unidos e no exterior, para uma intervenção militar na Síria, enquanto Damasco assegura que não se curvará
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2013 às 13h47.
Damasco - O presidente Barack Obama tenta obter o máximo de apoio, nos Estados Unidos e no exterior, para uma intervenção militar na Síria , enquanto Damasco assegura que não se curvará, "mesmo no caso de uma Terceira Guerra Mundial".
Já o presidente russo, Vladimir Putin , advertiu nesta quarta-feira o Congresso dos Estados Unidos de que vai considerar uma agressão se for aprovado um ataque à Síria.
As forças do presidente sírio, Bashar al-Assad , que tem no governo russo seu maior aliado, são acusadas de terem usado de armas químicas em um ataque efetuado no dia 21 de agosto perto da capital.
Em Damasco, o vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad, afirmou que o "regime sírio não se curvará às ameaças de um ataque do ocidente, mesmo se houver uma Terceira Guerra Mundial".
Obama, em visita à Suécia, deve se reunir na quinta e na sexta-feira em São Petersburgo com seus colegas francês e chinês, e com o primeiro-ministro japonês. Ele afirmou que a comunidade internacional não pode ficar calada ante a barbárie ocorrida na Síria.
Em função disso, acredita que o Congresso americano autorizará o uso da força contra o regime de Bashar al-Assad.
"Acredito que o Congresso aprovará, porque (...) se a comunidade internacional não conseguir fazer com que algumas regras sejam respeitadas (...) ao longo do tempo, o mundo se tornará um lugar menos seguro".
O presidente americano também reconheceu que a opinião pública pode ver semelhanças entre a Síria de 2013 e o Iraque de 2003.
"A lembrança do Iraque e das acusações de armas de destruição em massa persistem, e as pessoas estão preocupadas com a veracidade dessa informação" sobre o uso de armas químicas.
"Nós discutimos a respeito da violência intolerável que é infligida aos sírios pelo regime de Assad, incluindo o terrível recurso a armas químicas há duas semanas", declarou Obama em coletiva de imprensa com o chefe de Governo sueco, Fredrik Reinfeldt.
Obama, que falou em agosto de 2012 de uma "linha vermelha" a não ser ultrapassada pelo regime sírio, indicou que foi "o mundo inteiro", e não ele, que fixou tais limites adotando normas internacionais proibindo o recurso à armas químicas.
"Não é a minha credibilidade que está em jogo. A credibilidade da comunidade internacional está em jogo, e a credibilidade dos Estados Unidos e do Congresso está em jogo", insistiu o presidente, que pediu no sábado à noite a autorização dos parlamentares americanos para o uso da força na Síria.
Uma comissão do Senado americano deve votar um novo texto a este respeito quarta-feira às 15h30 GMT (12h30 de Brasília).
Os votos das duas câmaras do Congresso permanece um mistério, mesmo com Obama tendo conseguido o apoio de seu principal adversário, o presidente republicano da Câmara de Representantes, John Boehner.
O chefe da diplomacia americana, John Kerry, citou a ameaça iraniana, assegurando que a falta de uma ação é mais perigosa do que uma intervenção.
Frente às ameaças, o vice-ministro sírio das Relações Exteriores disse que a "Síria tomou todas as medidas para reagir a uma agressão" e que "mobiliza seus aliados, como a Rússia e o Irã.
"Se a França quiser apoiar a Al-Qaeda e a Irmandade Muçulmana como apoiou no Egito e em outra regiões do mundo, fracassará na Síria", garantiu.
Aliado do presidente Bashar al-Assad, Putin considerou que, se o Congresso americano autorizar ataques, os Estados Unidos "estarão permitindo uma agressão porque tudo que está fora do marco do Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma agressão, a menos que seja em legítima defesa".
Ele já havia exigido "provas convincentes" do uso de armas químicas, mas adotando um discurso mais conciliador na véspera da abertura da cúpula do G20 na Rússia.
A pertinência de uma intervenção, defendida pelo presidente francês François Hollande está sendo discutida nesta quarta-feira no Parlamento francês.
"Não reagir" militarmente na Síria seria como "fechar a porta para uma solução política ao conflito", declarou o primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault na abertura dos debates.
Dois anos e meio após o início do conflito na Síria, que já deixou mais de 110.000 mortos, segundo uma ONG, Estados Unidos e França procuram formar uma coalizão para intervir militarmente no país, como forma de "punir" o regime acusado de um ataque químico que causou centenas de mortes em 21 de agosto.
Putin indicou ainda que seu país suspendeu o envio a Damasco de baterias terra-ar S300, de sistemas de defesa anti-aérea e antimísseis, enquanto que os Estados Unidos posicionaram no Mediterrâneo cinco destróieres capazes de atacar a Síria.
No terreno, os combates prosseguem. Rebeldes islamitas se apoderaram nesta quarta-feira de um posto militar na entrada da cidade cristã de Malula (norte), enquanto quase toda a Síria ficou privada sem elétrica depois de um ataque contra uma linha de alta tensão no centro do país.
Damasco - O presidente Barack Obama tenta obter o máximo de apoio, nos Estados Unidos e no exterior, para uma intervenção militar na Síria , enquanto Damasco assegura que não se curvará, "mesmo no caso de uma Terceira Guerra Mundial".
Já o presidente russo, Vladimir Putin , advertiu nesta quarta-feira o Congresso dos Estados Unidos de que vai considerar uma agressão se for aprovado um ataque à Síria.
As forças do presidente sírio, Bashar al-Assad , que tem no governo russo seu maior aliado, são acusadas de terem usado de armas químicas em um ataque efetuado no dia 21 de agosto perto da capital.
Em Damasco, o vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Moqdad, afirmou que o "regime sírio não se curvará às ameaças de um ataque do ocidente, mesmo se houver uma Terceira Guerra Mundial".
Obama, em visita à Suécia, deve se reunir na quinta e na sexta-feira em São Petersburgo com seus colegas francês e chinês, e com o primeiro-ministro japonês. Ele afirmou que a comunidade internacional não pode ficar calada ante a barbárie ocorrida na Síria.
Em função disso, acredita que o Congresso americano autorizará o uso da força contra o regime de Bashar al-Assad.
"Acredito que o Congresso aprovará, porque (...) se a comunidade internacional não conseguir fazer com que algumas regras sejam respeitadas (...) ao longo do tempo, o mundo se tornará um lugar menos seguro".
O presidente americano também reconheceu que a opinião pública pode ver semelhanças entre a Síria de 2013 e o Iraque de 2003.
"A lembrança do Iraque e das acusações de armas de destruição em massa persistem, e as pessoas estão preocupadas com a veracidade dessa informação" sobre o uso de armas químicas.
"Nós discutimos a respeito da violência intolerável que é infligida aos sírios pelo regime de Assad, incluindo o terrível recurso a armas químicas há duas semanas", declarou Obama em coletiva de imprensa com o chefe de Governo sueco, Fredrik Reinfeldt.
Obama, que falou em agosto de 2012 de uma "linha vermelha" a não ser ultrapassada pelo regime sírio, indicou que foi "o mundo inteiro", e não ele, que fixou tais limites adotando normas internacionais proibindo o recurso à armas químicas.
"Não é a minha credibilidade que está em jogo. A credibilidade da comunidade internacional está em jogo, e a credibilidade dos Estados Unidos e do Congresso está em jogo", insistiu o presidente, que pediu no sábado à noite a autorização dos parlamentares americanos para o uso da força na Síria.
Uma comissão do Senado americano deve votar um novo texto a este respeito quarta-feira às 15h30 GMT (12h30 de Brasília).
Os votos das duas câmaras do Congresso permanece um mistério, mesmo com Obama tendo conseguido o apoio de seu principal adversário, o presidente republicano da Câmara de Representantes, John Boehner.
O chefe da diplomacia americana, John Kerry, citou a ameaça iraniana, assegurando que a falta de uma ação é mais perigosa do que uma intervenção.
Frente às ameaças, o vice-ministro sírio das Relações Exteriores disse que a "Síria tomou todas as medidas para reagir a uma agressão" e que "mobiliza seus aliados, como a Rússia e o Irã.
"Se a França quiser apoiar a Al-Qaeda e a Irmandade Muçulmana como apoiou no Egito e em outra regiões do mundo, fracassará na Síria", garantiu.
Aliado do presidente Bashar al-Assad, Putin considerou que, se o Congresso americano autorizar ataques, os Estados Unidos "estarão permitindo uma agressão porque tudo que está fora do marco do Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma agressão, a menos que seja em legítima defesa".
Ele já havia exigido "provas convincentes" do uso de armas químicas, mas adotando um discurso mais conciliador na véspera da abertura da cúpula do G20 na Rússia.
A pertinência de uma intervenção, defendida pelo presidente francês François Hollande está sendo discutida nesta quarta-feira no Parlamento francês.
"Não reagir" militarmente na Síria seria como "fechar a porta para uma solução política ao conflito", declarou o primeiro-ministro francês Jean-Marc Ayrault na abertura dos debates.
Dois anos e meio após o início do conflito na Síria, que já deixou mais de 110.000 mortos, segundo uma ONG, Estados Unidos e França procuram formar uma coalizão para intervir militarmente no país, como forma de "punir" o regime acusado de um ataque químico que causou centenas de mortes em 21 de agosto.
Putin indicou ainda que seu país suspendeu o envio a Damasco de baterias terra-ar S300, de sistemas de defesa anti-aérea e antimísseis, enquanto que os Estados Unidos posicionaram no Mediterrâneo cinco destróieres capazes de atacar a Síria.
No terreno, os combates prosseguem. Rebeldes islamitas se apoderaram nesta quarta-feira de um posto militar na entrada da cidade cristã de Malula (norte), enquanto quase toda a Síria ficou privada sem elétrica depois de um ataque contra uma linha de alta tensão no centro do país.