Coreia do Sul: autoridades tentam prender ex-presidente e chefe da segurança de Yoon renuncia
Desde que sofreu impeachment por decretar lei marcial, autoridades do país tentam prender mandatário deposto
Agência de Notícias
Publicado em 10 de janeiro de 2025 às 10h11.
O chefe de segurança do presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, renunciou ao cargo nesta sexta-feira, enquanto as autoridades tentam prender novamente o mandatário, uma decisão que pode facilitar a prisão.
O presidente interino do país, Choi Sang-mok, aceitou a renúncia de Park Chong-jun, chefe do Serviço de Segurança Presidencial (PSS), e pediu um consenso dos dois principais partidos do país para resolver o conflito em andamento entre a equipe que investiga Yoon por sua declaração fracassada de lei marcial em dezembro do ano passado e o aparato de segurança do presidente.
Em comunicado, Choi disse que não existe uma estrutura legal para resolver a disputa entre o PSS e o Escritório de Investigação de Corrupção para Autoridades (CIO), que se enfrentaram por horas na última sexta-feira, quando o órgão que protege o presidente se recusou a permitir o acesso à residência de Yoon para que ele pudesse ser preso.
Yoon e seus apoiadores, desde seus advogados até membros do conservador e governista Partido do Poder Popular (PPP), insistem que tanto o CIO quanto o tribunal que emitiu e depois prorrogou o mandado de prisão temporária contra o presidente não têm jurisdição sobre o caso.
Eles acreditam que deveria ser o Ministério Público o encarregado de investigar Yoon por suposta insurreição e, portanto, classificar toda a campanha como "ilegal", e solicitaram novamente a anulação do mandado de prisão e um esclarecimento dos poderes, desta vez do Tribunal Constitucional.
Choi pediu nesta sexta-feira um acordo no Parlamento entre a oposição e liberal o Partido Democrático (DP) e o PPP, para aprovar o estabelecimento de um comitê de investigação unificado para resolver os confrontos entre as outras autoridades e o CIO, uma entidade criada em 2021 pelo governo liberal anterior para cortar os poderes do Ministério Público, que era então chefiado por Yoon Suk-yeol, que renunciou pouco depois para concorrer como candidato conservador.
Enquanto isso, espera-se que o CIO lidere uma nova operação a qualquer momento com a polícia, que poderá enviar cerca de mil agentes para tentar prender o presidente. Caso consigam prender Yoon, os investigadores terão 48 horas para interrogá-lo e poderão até mesmo solicitar um mandado para estender a detenção, se julgarem necessário.