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Coreia do Norte barra saída de malaios e agrava crise diplomática

Após a medida, primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, acusou a Coreia do Norte de fazer cidadãos de reféns

Najib Razak: primeiro-ministro da Malásia convocou uma reunião de emergência de seu Conselho de Segurança Nacional (Jason Lee/Reuters)

Najib Razak: primeiro-ministro da Malásia convocou uma reunião de emergência de seu Conselho de Segurança Nacional (Jason Lee/Reuters)

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Reuters

Publicado em 7 de março de 2017 às 09h23.

Kuala Lumpur - A Coreia do Norte impediu nesta terça-feira que malaios saiam do país e desencadeou uma retaliação da Malásia, no momento em que a polícia que investiga o assassinato do norte-coreano Kim Jong Nam em Kuala Lumpur tenta interrogar três homens que se escondem na embaixada norte-coreana.

O primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, acusou a Coreia do Norte de "efetivamente fazer nossos cidadãos de reféns" e convocou uma reunião de emergência de seu Conselho de Segurança Nacional ainda para esta terça-feira ao voltar da Indonésia.

As ações enfatizaram a deterioração dramática dos laços com um dos poucos amigos de Pyongyang além da China desde o assassinato de Kim Jong Nam, meio-irmão afastado do líder norte-coreano, Kim Jong Un, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, em 13 de fevereiro.

A Malásia diz que duas assassinas usaram gás VX, um agente químico classificado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma arma de destruição em massa.

A polícia identificou oito norte-coreanos procurados por suspeita de ligação com o crime, entre eles dois dos três que se acredita estarem escondidos na embaixada -- um diplomata de alto escalão e o funcionário de uma companhia aérea.

Até agora as únicas pessoas acusadas são uma vietnamita e uma indonésia que supostamente esfregaram o gás no rosto da vítima, falecida 20 minutos depois.

O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte emitiu uma proibição temporária à saída de malaios do país, "até que o incidente que aconteceu na Malásia seja devidamente resolvido", disse a estatal Agência Central de Notícias da Coreia.

"Neste período os diplomatas e cidadãos da Malásia podem trabalhar e viver normalmente, sob as mesmas condições e circunstâncias de antes", disse.

Em um comunicado, o premiê malaio Najib descreveu a proibição de viagens como um "ato abominável" que "desconsidera totalmente todas as leis internacionais e normas diplomáticas".

O premiê disse ter instruído a polícia a "impedir que todos os cidadãos norte-coreanos na Malásia saiam do país até termos garantias sobre a proteção e a segurança de todos os malaios na Coreia do Norte".

"Você teria que voltar muito no tempo para (ver) este tipo de colapso diplomático no atacado", disse Euan Graham, diretor de Segurança Internacional do Instituto Lowy de Sydney.

Antes do assassinato, a Coreia do Norte tinha a Malásia como um de seus aliados mais próximos, mas desde então Kuala Lumpur suspendeu a dispensa de vistos de viagem e na segunda-feira expulsou o embaixador da Coreia do Norte por ter questionado a imparcialidade da investigação sobre a morte.

Na semana passada a Malásia afirmou que iria investigar empresas norte-coreanas de fachada depois que uma reportagem da Reuters mostrou que a agência de espionagem de Pyongyang estava administrando uma rede de armas no país.

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