Conservadores iranianos pedem escolha de candidato único
Os conservadores multiplicaram seus apelos pela desistência dos candidatos desta ala em favor de um único nome
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2013 às 14h43.
Teerã - Conservadores iranianos multiplicaram seus apelos pela desistência dos candidatos desta ala em favor de um único nome, no último dia de campanha para as eleições presidenciais de sexta-feira para obstruir assim o caminho de Hassan Rohani, candidato único dos reformistas e moderados.
O Guia Supremo do Irã , o aiatolá Ali Khamenei, também reiterou seu apelo a uma participação maciça para "desencorajar os inimigos" da República Islâmica.
O período de campanha termina oficialmente na manhã de quinta-feira e a votação terá início sexta-feira às 8h00 (00h30 no horário de Brasília) para os cerca de 50,5 milhões de eleitores.
Moderados e reformistas se uniram para apoiar a candidatura de Hassan Rohani, após a retirada na terça-feira do reformista Mohammad Reza Aref.
O apelo dos ex-presidentes Akbar Hashemi Rafsanjani (moderado) e Mohammad Khatami (reformista) em seu favor aumentaram suas chances de eleição. Alguns conservadores já consideram a possibilidade de um segundo turno com Rohani.
"Peço a todos, especialmente aos reformadores e (...) todos aqueles que querem a grandeza de nossa nação para votar em Rohani", declarou Khatami em uma mensagem.
Rafsanjani, um dos pilares do regime que foi excluído da corrida presidencial, disse por sua vez que o considerava "o mais qualificado para liderar o Executivo".
Na ausência de grandes comícios públicos, proibidos pelas autoridades, os reformistas mobilizaram seus partidários por SMS pedindo votos para Rohani.
Entretanto, esta unidade pode ser apenas uma fachada, segundo o analista conservador Mehdi Fazayeli. A maneira como Aref anunciou a sua retirada - sem menção a Rohani e nenhum apelo ao voto - mostra que "há uma lacuna entre Aref e uma grande parte dos reformadores", assegura.
Rohani, um religioso de 64 anos, foi sob a presidência de Khatami secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional. Desta forma, foi responsável pelas negociações nucleares entre o Irã e os três países europeus (França, Grã-Bretanha e Alemanha) para resolver a crise nuclear entre 2003 e 2005.
Entre os conservadores o esforço é para que os quatro candidatos desta tendência desistam da corrida presidencial em favor daquele com maiores chances. Saeed Jalili e Mohammad Bagher Ghalibaf são os mais cotados, segundo a imprensa. Jalili, que é apoiado pelo setor linha-dura do regime, defende a "resistência" contra as grandes potências.
"Esperamos que os candidatos conservadores escolham apenas um entre eles", escreveu Hossein Shariatmadari, diretor do jornal ultra-conservador Kayhan.
De acordo com relatos da imprensa, os apelos seriam particularmente dirigidos ao ex-chefe da diplomacia Ali Akbar Velayati.
Mohammad Bagher Ghalibaf, Ali Jalili e Ali Akbar Velayati realizam nesta tarde a última reunião de campanha em Teerã. Nos bastidores, as negociações estavam em andamento para convencer um deles a abandonar a corrida.
"As consultas são realizadas por líderes conservadores", indicou Habibollah Asgharolladi, secretário-geral da Frente dos partidários da linha do imã e do guia, que reúne vários grupos políticos.
De acordo com uma das poucas pesquisas realizadas e publicadas pela agência de notícias Mehr, com 10.000 intenções de voto, Ghalibaf lidera a corrida presidencial com 17,8%, à frente de Rohani (14,6%), seguido por Jalili (9,8%). Há 30% de indecisos, enquanto que a participação deve chegar a 77%.
O aiatolá Khamenei reiterou seu pedido para que os iranianos votem em massa. Isto "irá desencorajar os inimigos que querem reduzir a pressão (das sanções) e escolher um outro caminho", disse, referindo-se à série de sanções internacionais impostas ao Irã por causa de seu programa nuclear.
O presidente é a segunda pessoa mais importante no país, de acordo com a Constituição, mas as questões estratégicas, como a nuclear, estão sob a autoridade direta do guia.
Quatro anos atrás, a esperança de uma vitória dos reformadores tinha sido atenuada pela reeleição de Ahmadinejad. Os dois candidatos derrotados, Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi, denunciaram fraudes generalizadas e apelaram aos seus partidários para manifestarem. O protesto foi duramente reprimido e os dois dirigentes reformistas estão sob prisão domiciliar desde 2011.
Teerã - Conservadores iranianos multiplicaram seus apelos pela desistência dos candidatos desta ala em favor de um único nome, no último dia de campanha para as eleições presidenciais de sexta-feira para obstruir assim o caminho de Hassan Rohani, candidato único dos reformistas e moderados.
O Guia Supremo do Irã , o aiatolá Ali Khamenei, também reiterou seu apelo a uma participação maciça para "desencorajar os inimigos" da República Islâmica.
O período de campanha termina oficialmente na manhã de quinta-feira e a votação terá início sexta-feira às 8h00 (00h30 no horário de Brasília) para os cerca de 50,5 milhões de eleitores.
Moderados e reformistas se uniram para apoiar a candidatura de Hassan Rohani, após a retirada na terça-feira do reformista Mohammad Reza Aref.
O apelo dos ex-presidentes Akbar Hashemi Rafsanjani (moderado) e Mohammad Khatami (reformista) em seu favor aumentaram suas chances de eleição. Alguns conservadores já consideram a possibilidade de um segundo turno com Rohani.
"Peço a todos, especialmente aos reformadores e (...) todos aqueles que querem a grandeza de nossa nação para votar em Rohani", declarou Khatami em uma mensagem.
Rafsanjani, um dos pilares do regime que foi excluído da corrida presidencial, disse por sua vez que o considerava "o mais qualificado para liderar o Executivo".
Na ausência de grandes comícios públicos, proibidos pelas autoridades, os reformistas mobilizaram seus partidários por SMS pedindo votos para Rohani.
Entretanto, esta unidade pode ser apenas uma fachada, segundo o analista conservador Mehdi Fazayeli. A maneira como Aref anunciou a sua retirada - sem menção a Rohani e nenhum apelo ao voto - mostra que "há uma lacuna entre Aref e uma grande parte dos reformadores", assegura.
Rohani, um religioso de 64 anos, foi sob a presidência de Khatami secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional. Desta forma, foi responsável pelas negociações nucleares entre o Irã e os três países europeus (França, Grã-Bretanha e Alemanha) para resolver a crise nuclear entre 2003 e 2005.
Entre os conservadores o esforço é para que os quatro candidatos desta tendência desistam da corrida presidencial em favor daquele com maiores chances. Saeed Jalili e Mohammad Bagher Ghalibaf são os mais cotados, segundo a imprensa. Jalili, que é apoiado pelo setor linha-dura do regime, defende a "resistência" contra as grandes potências.
"Esperamos que os candidatos conservadores escolham apenas um entre eles", escreveu Hossein Shariatmadari, diretor do jornal ultra-conservador Kayhan.
De acordo com relatos da imprensa, os apelos seriam particularmente dirigidos ao ex-chefe da diplomacia Ali Akbar Velayati.
Mohammad Bagher Ghalibaf, Ali Jalili e Ali Akbar Velayati realizam nesta tarde a última reunião de campanha em Teerã. Nos bastidores, as negociações estavam em andamento para convencer um deles a abandonar a corrida.
"As consultas são realizadas por líderes conservadores", indicou Habibollah Asgharolladi, secretário-geral da Frente dos partidários da linha do imã e do guia, que reúne vários grupos políticos.
De acordo com uma das poucas pesquisas realizadas e publicadas pela agência de notícias Mehr, com 10.000 intenções de voto, Ghalibaf lidera a corrida presidencial com 17,8%, à frente de Rohani (14,6%), seguido por Jalili (9,8%). Há 30% de indecisos, enquanto que a participação deve chegar a 77%.
O aiatolá Khamenei reiterou seu pedido para que os iranianos votem em massa. Isto "irá desencorajar os inimigos que querem reduzir a pressão (das sanções) e escolher um outro caminho", disse, referindo-se à série de sanções internacionais impostas ao Irã por causa de seu programa nuclear.
O presidente é a segunda pessoa mais importante no país, de acordo com a Constituição, mas as questões estratégicas, como a nuclear, estão sob a autoridade direta do guia.
Quatro anos atrás, a esperança de uma vitória dos reformadores tinha sido atenuada pela reeleição de Ahmadinejad. Os dois candidatos derrotados, Mir Hossein Mousavi e Mehdi Karroubi, denunciaram fraudes generalizadas e apelaram aos seus partidários para manifestarem. O protesto foi duramente reprimido e os dois dirigentes reformistas estão sob prisão domiciliar desde 2011.