Congresso espanhol reconhecerá González Urrutia como presidente da Venezuela
Candidato da oposição venezuelana chegou ao país europeu no domingo, após ser aceito como asilado político
Agência de Notícias
Publicado em 11 de setembro de 2024 às 07h43.
O Congresso da Espanha vai reconhecer Edmundo González Urrutia como presidente legítimo da Venezuela previsivelmente nesta quarta-feira,com a aprovação de uma proposta do Partido Popular (de centro-direita e o maior da oposição) apoiada por aliados do governo do país europeu, comandado peloPartido Socialista.
A crise na Venezuela foi debatida no Congresso espanhol na terça-feira, 10, como se fosse uma questão de política interna e acirrou o confronto entre a esquerda e a direita e as diferenças dentro da base de apoio ao presidente do governo, o socialistaPedro Sánchez.
A deputada Cayetana Álvarez de Toledo, do PP, foi quem apresentou o projeto, e contou com a presença, na galeria de convidados, dos líderes opositores venezuelanos Leopoldo López e Antonio Ledezma, além de Carolina González, filha de Edmundo González Urrutia.
Citando relatórios da ONU, a parlamentar denunciou o “roubo eleitoral armado” e a repressão na forma de prisões arbitrárias e tortura no país sul-americano sob o governo do presidente Nicolás Maduro.
Pela bancada socialista, a deputada Cristina Narbona considerou que é necessário “buscar soluções reais” e “não gerar falsas expectativas” e pediu que os venezuelanos não se deixem enganar, pois o reconhecimento de González Urrutia como presidente não é “uma espécie de varinha mágica que fará Maduro desaparecer por encanto”.
Narbona destacou que nenhum governo da União Europeia, nem mesmo os de cunho conservador, levantou até agora “a oportunidade e a conveniência” de reconhecer González Urrutia como presidente, um argumento que não convenceu o PP, que destacou que a Espanha quebrou o consenso europeu ao reconhecer a Palestina como um Estado.
A iniciativa apresentada por Álvarez de Toledo recebeu o apoio do Partido Nacionalista Basco, aliado do governo socialista espanhol.
Enquanto o debate ocorria no Congresso, em Madri, c entenas de opositores venezuelanos se reuniram do lado de fora para exigir o reconhecimento da vitória de González Urrutia que, em uma mensagem lida por sua filha, endossou seu compromisso com a luta pela liberdade na Venezuela.
González Urrutia chegou à Espanha no domingo para pedir asilo políticodepois de ser perseguido pela justiça venezuelana após denunciar fraude nas eleições presidenciais de 28 de julho, oficialmente vencidas por Maduro.