Começa em Viena o segundo dia das negociações de paz para Síria
Reunião começa com poucas expectativas de que as partes possam avançar para uma solução dialogada
EFE
Publicado em 26 de janeiro de 2018 às 10h33.
Viena - O segundo dia da nona rodada de negociações para a paz na Síria começou nesta sexta-feira em Viena, com poucas expectativas de que as partes possam avançar para uma solução dialogada e acabar com a guerra que já dura sete anos.
A delegação da oposição síria, lidera pela chamada Comissão Suprema para Negociações (CSN), se reuniu primeiro com o mediador da ONU, Staffan de Mistura.
Para a tarde de hoje está previsto que a delegação do governo sírio se encontre com a equipe do mediador para apresentar suas propostas para avançar no diálogo.
A rodada de Viena, convocada para apenas dois dias, terminará hoje e está oficialmente centrada em calcular avanços para a elaboração de uma nova Constituição para a Síria.
Estas conversas acontecem a poucos dias do chamado Congresso do Diálogo Nacional para a Síria, convocado pela Rússia, principal potência militar estrangeira no conflito e que apoia o presidente deste país, Bashar al Assad.
A oposição síria, crítica com a abertura de novas iniciativas de paz, à margem da via da ONU, ainda não decidiu se participará da reunião na cidade russa de Sochi, no Mar Negro, na semana que vem.
Yehia Aridi, um porta-voz da CSN, disse hoje à imprensa na sede vienense da ONU que os opositores anunciarão hoje mesma sua decisão final sobre sua presença em Sochi.
"Não sabemos ainda. Esperamos anunciar hoje", declarou o representante da CSN, a principal aliança opositora síria.
Segundo a CSN, tudo depende do compromisso do governo sírio para continuar a via negociadora baseada na resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU.
Aridi destacou hoje que os opositores são "flexíveis" e estão "comprometidos" para alcançar o objetivo de "devolver a vida" à Síria, para que seja um "lugar seguro ao qual o povo (deslocado) possa voltar".
"Este é o segundo dia. Esta rodada é crucial porque determinará o compromisso das partes para implementar as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, em particular a 2254", afirmou Aridi.
Esta resolução, de dezembro de 2015, exige um cessar-fogo e uma via negociada para pôr fim à guerra síria, que já deixou 400.000 mortos e milhões de deslocados.