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Com investimento de 1 bilhão, fundo climático da ONU "volta aos trilhos"

A organização se prepara para a cúpula de dezembro, que pretende combinar regras para a adoção do Acordo de Paris de 2015 contra o aquecimento global

Mudanças climáticas: a ONU tenta suprir a falta de investimentos dos EUA, que deixaram o Acordo de Paris no ano passado (Thinckstock/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 12h25.

Barcelona - O maior fundo internacional para o combate à mudança climática no mundo em desenvolvimento aprovou um investimento de cerca de 1 bilhão de dólares em novos projetos e iniciou um processo para reabastecer seu cofre, colocando-o de volta nos trilhos depois de alguns meses difíceis.

Um avanço na reunião mais recente do conselho do Fundo Verde do Clima (GCF), que terminou na noite de sábado no Barein, foi visto como crucial para encaminhar bem as conversas climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) em dezembro, cuja meta é combinar regras para a adoção do Acordo de Paris de 2015 contra o aquecimento global.

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O sueco Lennart Bage, copresidente do conselho do GCF, disse que os resultados do encontro da semana passada "superaram expectativas", e a chefe climática da ONU, Patricia Espinosa, disse em um tuíte que eles enviaram um "sinal importante" antes da conferência climática do final do ano.

Pesquisadores do Instituto de Recursos Mundiais (WRI), sediado nos Estados Unidos, presentes na reunião do conselho disseram à Thomson Reuters Foundation que o GCF "voltou aos trilhos" depois que um encontro em julho fracassou devido a desavenças políticas.

"Estamos em uma situação muito melhor para estas conversas climáticas decisivas em dezembro", disse Joe Thwaites, um associado do Centro de Finanças Sustentáveis do WRI.

"O apoio constante do GCF para países em desenvolvimento é um componente central do sucesso nas negociações internacionais".

O GCF foi criado em meio às tratativas climáticas da ONU, e inicialmente os países doadores prometeram mais de 10 bilhões de dólares em 2014 para custear projetos que ajudariam nações mais pobres a reduzir as emissões causadoras do aquecimento e a se adaptarem para eventos climáticos extremos e a elevação dos mares.

Mas nem tudo tem dado certo. O fundo sediado na Coreia do Sul vem enfrentando questionamentos sobre a maneira como deveria ser administrado por seu conselho de 24 membros, que equilibra representantes de países desenvolvidos e em desenvolvimento. Alguns destes temas ainda precisam ser resolvidos.

O fundo também sofre com uma escassez de dois bilhões de dólares desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu no ano passado que seu país deveria romper com o Acordo de Paris e indicou que não concederia os dois terços restantes de uma promessa de 3 bilhões de dólares ao GCF.

Isso tornou o reabastecimento do fundo ainda mais importante, já que este já destinou mais de 4,6 bilhões de dólares a 93 projetos e mais propostas pedem aprovação de financiamento.

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