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Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2010 às 15h16.
Bogotá - A Colômbia celebra neste domingo o segundo turno de suas eleições presidenciais, nas quais escolherá o sucessor do atual e popular presidente, Alvaro Uribe, em uma votação na qual o grande favorito é seu herdeiro político, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos.
Aos 58 anos, Santos por pouco não venceu no primeiro turno do dia 30 de maio, quando recebeu 46,6% dos votos, ao competir com outros oito candidatos.
No segundo turno, enfrenta o ex-prefeito de Bogotá (1995-97 e 2001-04) Antanas Mockus, do Partido Verde e também de 58 anos, que obteve 21,5% dos votos, apesar das pesquisas apontarem seu empate com o governista.
Desde então, os girassóis, símbolo da campanha do matemático e filósofo Mockus, que proclamou a decisão de acabar com a "cultura do narcotráfico" na Colômbia, parecem ter murchado ainda mais.
Segundo a última pesquisa anterior ao segundo turno do instituto Invamer Gallup, Santos ganharia com 65,1% dos votos, contra 28% a serem dados a Mockus.
"No imaginário instalou-se a percepção de que há um candidato (Santos) que já ganhou e não há nada para fazer", disse, por sua vez, o cientista político Fernando Giraldo à AFP.
A Colômbia - que faz fronteira com cinco países (Brasil, Peru, Venezuela, Equador e Panamá) e onde pelo menos 7.500 combatentes das Farc seguem ativos, assim como muitos ex-paramilitares que buscam receber parte do dinheiro do tráfico de cocaína - parece inclinar-se à continuidade, segundo especialistas.
Juan Manuel Santos, que foi três vezes ministro (Comércio, Tesouro e Defesa) e se formou em Harvard, fez uma campanha profissional e organizada.
Prometeu proteger a herança do atual presidente, cuja taxa de popularidade segue rondando os 70% graças a sua política de firmeza contra a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), conseguindo afastá-la das cidades.
Além disso, como ministro da Defesa (2006-2009), Santos participou de momentos históricos para os colombianos, como o ataque contra um acampamento das Farc no Equador em março de 2009, no qual faleceu Raúl Reyes, número dois da guerrilha, ou o resgate de 15 reféns, entre eles a franco-colombiana Ingrid Betancourt, durante a "Operação Xeque", no dia 2 de julho de 2008.
Também comprometeu-se a atender outras preocupações dos colombianos além da segurança, como o desemprego e o subemprego, problemas endêmicos deste país onde 46% da população vive abaixo da linha da pobreza.
Do outro lado, Antanas Mockus tem estado na defensiva.
Esquecendo-se de seu programa, atacou o adversário e vinculou-se a uma imagem agressiva, apesar de evocar reais perigos da coalizão de direita a que Santos pertence, como a corrupção ou as milhares de execuções extrajudiciais atribuídas ao exército.
Tampouco os frequentes ataques do presidente equatoriano Rafael Correa e de seu aliado venezuelano Hugo Chávez, que acusou Santos de ser uma "ameaça" para a paz regional, parecem ter convencido os eleitores.
No dia 13 de junho, uma semana antes das eleições, os colombianos puderam evocar a alegria que sentiram com a Operação Xeque, da qual Santos participou, com uma nova e bem-sucedida operação militar que resgatou quatro dos mais antigos reféns das Farc.
E o início da Copa do Mundo levou os eleitores ainda para mais longe da política, enquanto Mockus contava com as abstenções (49% no primeiro turno) para retomar as rédeas de sua campanha.