Código Florestal pode “reflorestar” área maior que São Paulo
Entre 25 e 30 milhões de hectares devem ser recompostos para atender às exigências da nova lei, segundo estimativa inicial. Números precisos, só com cadastro dos imóveis irregulares
Vanessa Barbosa
Publicado em 18 de outubro de 2012 às 18h57.
São Paulo – Com os vetos da presidente Dilma Rousseff à Medida Provisória que modifica o Código Florestal brasileiro, publicados em decreto no Diário Oficial da União, a nova lei pode levar ao reflorestamento de 25 a 30 milhões de hectares em todo o país. A extensão degradada sujeita à recomposição equivale a uma área maior que a do Estado de São Paulo.
Os números são parte de uma estimativa inicial sobre a qual o Ministério do Meio Ambiente vem trabalhando desde a Medida Provisória editada em maio pelo executivo, que trazia regras mais severas sobre os limites de recomposição das chamadas Áreas de Preservação Permanentes (APPs) do que a versão alterada na Câmara e aprovada pelos senadores, em setembro, de contornos ruralistas.
Dilma defendia a regra da “escadinha”, que define que quanto maior a propriedade, maior a recomposição da vegetação desmatadada – premissa que foi retirada do texto após análise no Senado. Por considerar que as alterações aprovadas no Congresso beneficiavam grandes proprietários, a presidente vetou o parágrafo 4º do artigo 61-A ( veja cada um dos 9 vetos ), que discorre sobre a obrigatoriedade do reflorestamento. Dessa forma, volta a vigorar a regra da “escadinha”.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, apesar da estimativa inicial de reflorestamento, o tamanho da área degradada que deverá ser recomposta somente será conhecido com precisão após todos os proprietários rurais irregulares do país realizare o Cadastro Ambienta Rural, parte do Programa de Regularização Ambiental (PRA).
A partir daí, será possível proceder a um levantamento detalhado de quais biomas e regiões brasileiras mais se beneficiarão da nova Lei. Atualmente, segundo o Probio (Programa de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica), a maior parte do passivo ambiental do Brasil encontra-se na região centro-sul e no Nordeste. Enquanto 80% dos hectares degradados são ocupados por pastagens.