Coalizão liderada por EUA nega acusação de bombardeio no Iraque
A Rússia acusou a coalizão de ter cometido "crimes de guerra" depois de um ataque aéreo que, na sexta-feira (21), matou 15 mulheres
AFP
Publicado em 23 de outubro de 2016 às 13h16.
A coalizão internacional de combate aos extremistas liderada pelos Estados Unidos negou neste domingo (23) as acusações de Moscou , que a responsabiliza pelos intensos bombardeios aéreos nos quais civis morreram perto de Kirkuk, Iraque .
"Determinamos com certeza que não realizamos ataques que provocaram vítimas civis em Dakuk", declarou nas redes sociais um porta-voz, o coronel John Dorrian.
A Rússia acusou a coalizão de ter cometido "crimes de guerra" depois de um ataque aéreo que, na sexta-feira (21), matou 15 mulheres em um local de culto xiita nesta localidade, a 50 km de Kirkuk.
Se os aviões da coalizão não estiverem envolvidos, esses ataques podem ter sido realizados pela aviação iraquiana, que não fez nenhum comentário a respeito.
No entanto, os serviços do primeiro-ministro iraquiano, Haider al Abadi, anunciaram que este havia ordenado a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias desta situação.
"Os resultados serão anunciados quando a investigação terminar", afirmaram os serviços.
Aviões turcos também lançaram ataques no Iraque, mas contra posições curdas localizadas em Dakuk.
No sábado, em um comunicado, o porta-voz do exército russo, Igor Konashenkov, denunciou um bombardeio da coalizão contra a cidade de Dakuk que deixou, segundo ele, "dezenas de civis mortos, incluindo mulheres e crianças".
"Observamos em inúmeras ocasiões que esses bombardeios mortais [...] apresentam todas as características dos crimes de guerra, e se tornam praticamente uma rotina para a aviação da coalizão internacional" destacou o texto.
Para o porta-voz, "muitas vezes os casamentos, funerais, hospitais, delegacias e comboios humanitários sofrem os ataques da coalizão".
A União Europeia (UE) e em particular o presidente francês, François Hollande, acusaram a Rússia nos últimos dias de cometer "crimes de guerra" em seus ataques contra a cidade de Aleppo, no norte da Síria.