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Cidade e estado de São Paulo terão Pegada Ecológica

Convênio com a WWF-Brasil calculará a relação entre o consumo da cidade e do estado de São Paulo com a capacidade de renovação dos recursos naturais de seus territórios

Pegadas ecológicas deverão ficar prontas até a Rio+20, Conferência em Desenvolvimento Sustentável da ONU na qual serão discutidos novos índices de desenvolvimento (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 09h48.

São Paulo - A Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado assinaram hoje parceria com a ONG WWF-Brasil para medir suas Pegadas Ecológicas. Diferente das pegadas de recursos hídricos ou de emissão de gases do efeito estufa, que avaliam ciclos de produções de determinados produtos e serviços, a pegada ecológica é definida pela relação dos recursos naturais renováveis disponíveis no planeta e a intensidade do consumo humano.

A metodologia é do GFN - Global Footprint Network*, que já calculou a pegada ecológica de diversos países, inclusive o Brasil, e que começa a fazer o cálculo de cidades. Campo Grande foi a primeira cidade brasileira a ter sua pegada ecológica estimada. Hoje a capital sul-mato-grossense discute estratégias de mitigação e ações locais para reduzir seu impacto sobre os recursos naturais.

Depois de despertar o interesse de Curitiba, que também calculou seu impacto, agora é a vez da cidade de São Paulo, onde há 10,8 milhões de habitantes consumindo. O trabalho será feito pela empresa Ecossistemas, credenciada pela GFN, com apoio da FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, que fornecerá dados da Pesquisa de Orçamento Familiar.

"Este é um processo que exige mudanças da sociedade, por isso o diálogo é fundamental. Os conhecimentos científicos têm que chegar de forma que o povo entenda e participe. A pegada ecológica permite um outro nível de diálogo", afirmou Eduardo Jorge, secretário de Meio Ambiente da cidade, durante a assinatura do convênio, realizada hoje, em São Paulo.


O Estado de São Paulo, com 42 milhões de habitantes, também calculará sua pegada ecológica, sendo o primeiro estado brasileiro a participar deste processo. "Temos muito a mostrar para o país e o mundo, agora na Rio+20", disse Bruno Covas, secretário de Meio Ambiente do estado. Ele disse ser necessária uma mudança no consumo de governos e da sociedade para garantir a preservação dos recursos naturais. "A pegada ecológica é um instrumento de análise para fomentar e aplicar políticas públicas", complementou.

Cálculo

Para chegar à pegada ecológica de um território, relaciona-se a capacidade de renovação de recursos naturais (floresta, pastagem, área de cultivo, área construída, carbono e recursos pesqueiros) com o impacto das diferentes classes de consumo: moradias, bens, serviços, governo, alimentos e mobilidade. A pergunta que a pegada ecológica busca responder é se essa biocapacidade é suficiente para suprir o nosso consumo, se está sendo sobre explorada (o que mostram os índices calculados até então) ou pouco explorada.

"A principal mensagem que a pegada ecológica traz é um reconhecimento de limite dos recursos naturais renováveis. O limite global é de 1.8 hectares globais (medida padronizada para esse cálculo). E em todos os casos estamos consumindo mais do que a natureza é capaz de regenerar", disse Michael Becker, Coordenador do Programa Pantanal-Cerrado do WWF-Brasil. Eis alguns índices já calculados:

Segundo gráfico elaborado pela GFN (abaixo), hoje consumimos um planeta e meio de recursos naturais. Se o ritmo da pegada mundial continuar o mesmo, chegaremos em 2050 consumindo mais de dois planetas inteiros. No entanto, com ações de mitigação seria possível, no mesmo prazo, demandar "apenas" um planeta.

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São Paulo - A Prefeitura de São Paulo e o governo do Estado assinaram hoje parceria com a ONG WWF-Brasil para medir suas Pegadas Ecológicas. Diferente das pegadas de recursos hídricos ou de emissão de gases do efeito estufa, que avaliam ciclos de produções de determinados produtos e serviços, a pegada ecológica é definida pela relação dos recursos naturais renováveis disponíveis no planeta e a intensidade do consumo humano.

A metodologia é do GFN - Global Footprint Network*, que já calculou a pegada ecológica de diversos países, inclusive o Brasil, e que começa a fazer o cálculo de cidades. Campo Grande foi a primeira cidade brasileira a ter sua pegada ecológica estimada. Hoje a capital sul-mato-grossense discute estratégias de mitigação e ações locais para reduzir seu impacto sobre os recursos naturais.

Depois de despertar o interesse de Curitiba, que também calculou seu impacto, agora é a vez da cidade de São Paulo, onde há 10,8 milhões de habitantes consumindo. O trabalho será feito pela empresa Ecossistemas, credenciada pela GFN, com apoio da FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, que fornecerá dados da Pesquisa de Orçamento Familiar.

"Este é um processo que exige mudanças da sociedade, por isso o diálogo é fundamental. Os conhecimentos científicos têm que chegar de forma que o povo entenda e participe. A pegada ecológica permite um outro nível de diálogo", afirmou Eduardo Jorge, secretário de Meio Ambiente da cidade, durante a assinatura do convênio, realizada hoje, em São Paulo.


O Estado de São Paulo, com 42 milhões de habitantes, também calculará sua pegada ecológica, sendo o primeiro estado brasileiro a participar deste processo. "Temos muito a mostrar para o país e o mundo, agora na Rio+20", disse Bruno Covas, secretário de Meio Ambiente do estado. Ele disse ser necessária uma mudança no consumo de governos e da sociedade para garantir a preservação dos recursos naturais. "A pegada ecológica é um instrumento de análise para fomentar e aplicar políticas públicas", complementou.

Cálculo

Para chegar à pegada ecológica de um território, relaciona-se a capacidade de renovação de recursos naturais (floresta, pastagem, área de cultivo, área construída, carbono e recursos pesqueiros) com o impacto das diferentes classes de consumo: moradias, bens, serviços, governo, alimentos e mobilidade. A pergunta que a pegada ecológica busca responder é se essa biocapacidade é suficiente para suprir o nosso consumo, se está sendo sobre explorada (o que mostram os índices calculados até então) ou pouco explorada.

"A principal mensagem que a pegada ecológica traz é um reconhecimento de limite dos recursos naturais renováveis. O limite global é de 1.8 hectares globais (medida padronizada para esse cálculo). E em todos os casos estamos consumindo mais do que a natureza é capaz de regenerar", disse Michael Becker, Coordenador do Programa Pantanal-Cerrado do WWF-Brasil. Eis alguns índices já calculados:

Segundo gráfico elaborado pela GFN (abaixo), hoje consumimos um planeta e meio de recursos naturais. Se o ritmo da pegada mundial continuar o mesmo, chegaremos em 2050 consumindo mais de dois planetas inteiros. No entanto, com ações de mitigação seria possível, no mesmo prazo, demandar "apenas" um planeta.

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