Mundo

Cidade chinesa com maior surto de covid-19 endurece restrições de viagem

Harbin, cidade da província de Heilongjiang, já havia decretado o isolamento de pessoas vindas de fora da China e de regiões com muitos casos confirmados

Heilongjiang: província relatou 537 casos locais confirmados, incluindo 470 já curados (Huizhong Wu/Reuters)

Heilongjiang: província relatou 537 casos locais confirmados, incluindo 470 já curados (Huizhong Wu/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 22 de abril de 2020 às 12h28.

Última atualização em 22 de abril de 2020 às 22h25.

Uma cidade de 10 milhões de habitantes do noroeste da China, que hoje tem o maior surto de coronavírus do país, endureceu o acesso a pessoas de fora nesta quarta-feira (22) para conter a disseminação da doença altamente contagiosa.

Harbin, capital provincial de Heilongjiang e sua maior cidade, proibiu a entrada de não locais e de veículos registrados em outras partes em zonas residenciais, disse a mídia estatal. A metrópole já havia ordenado o isolamento de pessoas provenientes de fora da China ou de áreas com grandes epidemias.

Heilongjiang está na linha de frente dos esforços chineses para identificar cidadãos infectados chegando da Rússia, com a qual divide a fronteira, para deter a proliferação do vírus.

"Todos os casos confirmados, casos suspeitos, contatos próximos de pessoas assintomáticas e contatos próximos de contatos próximos deveriam ser postos em quarentena e examinados", disse o governo municipal, segundo citação da mídia estatal.

Neste mês, Harbin disse que está ordenando 28 dias de quarentena para todos os recém-chegados do exterior e dois exames de ácido nucleico para cada, e determinou isolamentos de 14 dias para residências onde casos confirmados e assintomáticos forem descobertos.

"Não estou mais levando minha filha ou pais para fora. Se precisamos de algum alimento ou vegetais, deixamos que meu marido compre na volta para casa", disse uma moradora de 34 anos de Harbin. "E quando alguém tem que sair, ele ou ela deixa os calçados do lado de fora da porta para evitar trazer o vírus na volta.", comentou.

Harbin, que tem ligações aéreas com a Rússia, relatou sete casos confirmados novos na terça-feira (21), o que eleva as infecções locais para 52, excluindo as pessoas recuperadas que tiveram alta nos hospitais. Além disso, três viajantes infectados chegaram da Rússia.

Cerca de 1.400 pessoas estão em observação para se detectar sinais do vírus. Até terça-feira, Heilongjiang havia relatado 537 casos locais confirmados, incluindo 470 liberados dos hospitais. Além de Harbin, a cidade de Mudanjiang tem dois casos confirmados no momento.

"As medidas preventivas têm sido mais estritas ultimamente, e pessoas de Mudanjiang ou Harbin não terão permissão de entrar em nossa cidade", disse um servidor civil morador de Mishan, cidade no extremo leste de Heilongjiang.

Um foco persistente em Harbin gira em torno de um homem de 87 anos que esteve em dois hospitais desde 2 de abril, quatro dias depois de jantar em casa com os amigos de seus filhos, dois dos quais tiveram diagnósticos positivos mais tarde.

Até terça-feira, o idoso havia infectado 78 pessoas, sendo 55 confirmadas, mas 23 que tiveram diagnósticos positivos ainda não exibiram sintomas do vírus.

Acompanhe tudo sobre:ChinaCoronavírusRússia

Mais de Mundo

Trump diz que taxará produtos do México e Canadá assim que assumir a presidência

Mais de R$ 4,3 mil por pessoa: Margem Equatorial já aumenta pib per capita do Suriname

Nicarágua multará e fechará empresas que aplicarem sanções internacionais

Conselho da Europa pede que países adotem noção de consentimento nas definições de estupro