Chineses superam mexicanos em onda migratória aos EUA
Em 2013, pela primeira vez, os asiáticos, com os chineses à frente, assumiram a liderança na imigração recente ao país, à frente dos latino-americanos
Da Redação
Publicado em 2 de junho de 2015 às 07h20.
Washington - Primeiro foram os europeus perseguidos, pobres e ricos em busca do Novo Mundo, depois os latino-americanos, artífices da grande mudança demográfica americana, e agora os asiáticos, que estão pegando o bastão destes últimos para protagonizar um novo paradigma migratório nos Estados Unidos .
Em 2013, pela primeira vez, os asiáticos, com os chineses à frente, assumiram a liderança na imigração recente ao país, à frente dos latino-americanos.
Estes últimos, que representavam 47% das chegadas em 2000, diminuíram sua proporção para 30% em 2013, segundo novos dados do Censo apresentados na conferência anual do centro de pesquisas demográficas Population Association of America.
Enquanto os vizinhos do sul reduzem suas chegadas, a cada dois "imigrantes recentes" - definidos como aqueles que há um ano viviam no exterior, independentemente de seu status legal - um era asiático em 2013, e a maioria era de chineses e indianos.
Naquele ano, os imigrantes procedentes de China e Índia superaram pela primeira vez os mexicanos como grupo dominante da nova leva de imigrantes.
Mas a imigração asiática entra nos EUA por outras vias. Não cruza fronteiras por terra ou se expõe da mesma maneira à deportação; em muitos casos, os recém-chegados se matriculam nas universidades mais caras do país ou são contratados nas multinacionais do Vale do Silício.
"Só na década passada, o número de imigrantes chineses recentes quase triplicou, enquanto no caso da imigração, o aumento foi de mais que o dobro", explicou em uma análise na semana passada o centro de estudos Migration Policy Institute (MPI).
Apesar de os hispânicos representarem a maior parcela em tamanho nos Estados Unidos, com 17%, a chegada de novos imigrantes latino-americanos diminuiu gradualmente, enquanto a afluência de asiáticos dispara.
A comunidade hispânica segue crescendo em peso demográfico nos Estados Unidos, mas já não devido às novas chegadas de imigrantes, mas às segundas e terceiras gerações, que nascem e crescem nos Estados Unidos e relegam o espanhol à categoria de segundo idioma.
Apenas um terço dos hispânicos residentes nos EUA nasceu no exterior frente a dois de cada três no caso dos asiáticos.
"Há muitas razões pelas quais alguém decide emigrar (econômicas, familiares, educativas,...). Nossa pesquisa mostra uma tendência bastante consistente entre 2000 e 2013 (em asiáticos), mas não podemos garantir que continuará assim", afirmou à Agência Efe Eric Jensen, autor do estudo e demógrafo do Censo dos EUA.
Dos 1,2 milhão de imigrantes chegados aos Estados Unidos em 2013, 147 mil eram chineses, 129 mil indianos e 125 mil mexicanos. Esse dado considera aqueles chegados com permissão de residência ("Green Card"), trabalhadores com vistos de não imigrante, estudantes e imigrantes ilegais.
"O que estamos vendo é que a distribuição de imigrantes mexicanos recentes mudou; vemos imigrantes mais velhos, o que indicaria menos deslocamentos por motivos de trabalho e mais por reunificação familiar", comentou Jensen.
Ao contrário da tradicional migração mexicana, no caso chinês a maioria das ondas migratórias está com foco na faixa entre 20 e 24 anos, idades de ingresso na universidade, o que coincide com o "boom" de graduados chineses em todo os Estados Unidos.
"China e Índia dominaram os vistos de estudante e emprego qualificado, tanto de maneira temporária como permanente", considera em sua análise o MPI.
Segundo este instituto, o fato de os recém chegados asiáticos - programadores ou estudantes ambiciosos capazes de pagar matrículas de mais de US$ 45 mil anuais - não terem raízes familiares faz prever que estes "migrantes semente" asiáticos iniciem uma nova onda migratória histórica quando começarem a trazer suas famílias.
Washington - Primeiro foram os europeus perseguidos, pobres e ricos em busca do Novo Mundo, depois os latino-americanos, artífices da grande mudança demográfica americana, e agora os asiáticos, que estão pegando o bastão destes últimos para protagonizar um novo paradigma migratório nos Estados Unidos .
Em 2013, pela primeira vez, os asiáticos, com os chineses à frente, assumiram a liderança na imigração recente ao país, à frente dos latino-americanos.
Estes últimos, que representavam 47% das chegadas em 2000, diminuíram sua proporção para 30% em 2013, segundo novos dados do Censo apresentados na conferência anual do centro de pesquisas demográficas Population Association of America.
Enquanto os vizinhos do sul reduzem suas chegadas, a cada dois "imigrantes recentes" - definidos como aqueles que há um ano viviam no exterior, independentemente de seu status legal - um era asiático em 2013, e a maioria era de chineses e indianos.
Naquele ano, os imigrantes procedentes de China e Índia superaram pela primeira vez os mexicanos como grupo dominante da nova leva de imigrantes.
Mas a imigração asiática entra nos EUA por outras vias. Não cruza fronteiras por terra ou se expõe da mesma maneira à deportação; em muitos casos, os recém-chegados se matriculam nas universidades mais caras do país ou são contratados nas multinacionais do Vale do Silício.
"Só na década passada, o número de imigrantes chineses recentes quase triplicou, enquanto no caso da imigração, o aumento foi de mais que o dobro", explicou em uma análise na semana passada o centro de estudos Migration Policy Institute (MPI).
Apesar de os hispânicos representarem a maior parcela em tamanho nos Estados Unidos, com 17%, a chegada de novos imigrantes latino-americanos diminuiu gradualmente, enquanto a afluência de asiáticos dispara.
A comunidade hispânica segue crescendo em peso demográfico nos Estados Unidos, mas já não devido às novas chegadas de imigrantes, mas às segundas e terceiras gerações, que nascem e crescem nos Estados Unidos e relegam o espanhol à categoria de segundo idioma.
Apenas um terço dos hispânicos residentes nos EUA nasceu no exterior frente a dois de cada três no caso dos asiáticos.
"Há muitas razões pelas quais alguém decide emigrar (econômicas, familiares, educativas,...). Nossa pesquisa mostra uma tendência bastante consistente entre 2000 e 2013 (em asiáticos), mas não podemos garantir que continuará assim", afirmou à Agência Efe Eric Jensen, autor do estudo e demógrafo do Censo dos EUA.
Dos 1,2 milhão de imigrantes chegados aos Estados Unidos em 2013, 147 mil eram chineses, 129 mil indianos e 125 mil mexicanos. Esse dado considera aqueles chegados com permissão de residência ("Green Card"), trabalhadores com vistos de não imigrante, estudantes e imigrantes ilegais.
"O que estamos vendo é que a distribuição de imigrantes mexicanos recentes mudou; vemos imigrantes mais velhos, o que indicaria menos deslocamentos por motivos de trabalho e mais por reunificação familiar", comentou Jensen.
Ao contrário da tradicional migração mexicana, no caso chinês a maioria das ondas migratórias está com foco na faixa entre 20 e 24 anos, idades de ingresso na universidade, o que coincide com o "boom" de graduados chineses em todo os Estados Unidos.
"China e Índia dominaram os vistos de estudante e emprego qualificado, tanto de maneira temporária como permanente", considera em sua análise o MPI.
Segundo este instituto, o fato de os recém chegados asiáticos - programadores ou estudantes ambiciosos capazes de pagar matrículas de mais de US$ 45 mil anuais - não terem raízes familiares faz prever que estes "migrantes semente" asiáticos iniciem uma nova onda migratória histórica quando começarem a trazer suas famílias.